De volta ao plenário da Câmara Municipal, aliados e oposição traçam estratégias eleitorais de guerra

A retomada do trabalho presencial no plenário na Câmara Municipal de Fortaleza deu uma sinalização de como se comportarão a base aliada e a oposição neste período pré-eleitoral e isso pode se estender, evidentemente, à campanha. Os opositores, em menor número, vão insistir, ostensivamente, nas denúncias contra a gestão com dois focos: o caso dos respiradores e o áudio vazado de uma suposta conversa do deputado Bruno Gonçalves com um suplente de vereador. A base aliada, ao que tudo indica, fará a defesa, mas terá foco nas realizações da gestão. O embate será permanente e é preciso estratégia bem definida e execução para conseguir capitalizar mais em atrair a atenção do cidadão/eleitor. É importante lembrar que, embora a situação tenha evoluído, a pandemia do coronavírus ainda não está resolvida e requer atenção. Ainda assim, pelas circunstâncias, os embates políticos devem se sobressair.

Oposição em vantagem

O grupo opositor ligado ao deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato a prefeito, formado por quatro ou cinco vereadores, um número reduzido, conseguiu conduzir o debate na tribuna nesta primeira sessão, cabendo à base aliada o papel apenas de rebater. A maioria dos aliados do prefeito Roberto Cláudio - a base é grande, mais de 30 vereadores - não atua em plenário na defesa da gestão. Poucos se revezam na tribuna. Nessas disputas, um capítulo à parte é o PT. A bancada é oposição, mas tem adotado uma linha diferente, longe do embate frontal.

Reta final

Conforme citamos nesta coluna na edição de ontem, a Assembleia Legislativa fará a leitura, em plenário do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Fernandes. O parecer prevê suspensão do mandato por 30 dias. Nesta quinta (6), o presidente da Casa, José Sarto (PDT), deve dar detalhes sobre o julgamento do caso. Pelo regimento interno, a votação deve ser secreta. Os parlamentares podem se inscrever para falar sobre o assunto por 10 minutos. Ao fim do debate, a defesa deve ter 45 minutos. Pode falar o parlamentar ou o advogado dele. Para passar, a punição precisa ter apoio de, pelo menos, 24 dos 46 deputados estaduais cearenses.

De primeira hora

Em "live" nas redes sociais na noite de ontem, o PSB discutiu rumos para Fortaleza entre seu pré-candidato à Prefeitura, Élcio Batista e convidados, entre eles o prefeito Roberto Cláudio. Élcio já havia participado de um debate do PDT, portanto, está alinhado ao projeto governista. Mas chamou atenção os discursos de engajamento dos líderes nacionais que participaram, o presidente Carlos Siqueira e o deputado federal Alessandro Molon. Ambos destacaram a parceria com pedetistas não só em Fortaleza, mas a estratégia para alianças nas diversas capitais.

Efeitos limitados

As videoconferências em questão sendo realizadas pelos partidos, aliás, dão visibilidade aos debates internos, mas têm efeitos limitados na resoluções de questões importantes para o futuro dos municípios.