Críticas de vereadores aliados põem em xeque a liderança do governo na Câmara Municipal

No posto desde o início do ano, Carlos Mesquita já deu declarações polêmicas e é criticado pelos colegas por problemas na articulação

Na sessão de terça-feira (23), o tema mais evidente na Câmara Municipal de Fortaleza, por razões óbvias, foi a derrubada da taxa do lixo na Justiça Estadual. Os discursos dominantes foram dos parlamentares contrários à medida. Entretanto, o momento delicado evidenciou uma insatisfação generalizada de vereadores da base do governo Sarto com a liderança do vereador Carlos Mesquita (PDT). 

No momento em que o líder subiu à tribuna para fazer a defesa do projeto e da política de saneamento e coleta de resíduos da Prefeitura, dos cerca de 13 parlamentares presentes, a grande maioria era de parlamentares de oposição ou que se consideram independentes e contrários à cobrança. 

Nos bastidores, os colegas de Mesquita fazem duras críticas à condução da liderança. As cobranças ao parlamentar vão desde falta de ‘tato’ para lidar com os vereadores, falhas na condução liderança dos assuntos de interesse do Executivo e até desconhecimento de matérias em tramitação na Casa. 

Já foram muitos os episódios de desentendimentos do líder com vereadores até na tribuna da Casa. “Do jeito que está, não tem condição. Não há condução dos trabalhos, estratégia... a insatisfação é grande”, diz um dos vereadores da base, sem querer se identificar para evitar desgaste. 

“É preciso um freio de arrumação. Nós temos dificuldade em praticamente tudo com a liderança”, aconselha outro, ao acrescentar que os vereadores atualmente não têm acesso ao prefeito. 

Alguns, em uma roda de conversas, já chegam a especular sobre a saída de Carlos Mesquita do posto. As constantes declarações dúbias e até polêmicas do parlamentar contribuem para o clima de tensão. 

Parlamentar rebate críticas 

Em contato com essa coluna, o vereador Carlos Mesquita desconversa sobre possibilidade de deixar a liderança. “Não é possível que nesses 30 anos que eu tenho na Casa, não tenha aprendido nada... Eu sou líder do prefeito até quando ele quiser ou eu quiser”. 

Ele admite problemas de interlocução com o gabinete do prefeito, mas rebate as críticas dos colegas. “Enquanto eu estiver como líder, não serei um líder 99%. Serei 100%”, diz ele.