O deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato ao governo do Estado, armou para o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, um almoço em Fortaleza, nesta segunda-feira (6), cuja reunião de lideranças de diversos partidos, segmentos e regiões do Estado dá conotação de força política e sugere uma união de lideranças de oposição de olho em 2022.
Bivar será dirigente do partido que resultará da fusão dentre PSL e DEM, o União Brasil. A Legenda, por sinal, será a maior do País em número de parlamentares, tempo de propaganda no rádio e TV e verba do fundo eleitoral. Uma simbiose de fatores preponderantes para o pleito eleitoral que se aproxima em âmbito local e nacional.
Já abordamos em outras análises nesta coluna que, dentre os movimentos pré-eleitorais, a definição do comando do União Brasil no Ceará será um dos primeiros fatos relevantes para a sucessão de Camilo Santana (PT).
Quem foi ao almoço desta segunda e conversou com esta Coluna diz que Bivar não usou meias palavras para dizer que o comando do partido no Estado ficará com Capitão Wagner, a quem chamou de “governador”, por algumas vezes. Bivar teria relatado, inclusive, um convite do governador para que fosse ao Palácio Abolição, mas o presidente assegurou que estava em Fortaleza apenas para o almoço.
Mais personagens
Acontece que Bivar não manda sozinho na nova legenda e há, em paralelo, conversas com o senador Chiquinho Feitosa, atual presidente estadual do DEM, que também quer o comando da legenda no Estado.
As estratégias do grupo governista têm como prioridade o acordo, tendo em vista que importantes legendas que compõem a base, como PP e PL estão em momento de incertezas.
No caso de Chiquinho, a proximidade com o grupo governista é uma vantagem. Entretanto, para oferecer a robustez que o União Brasil deseja – a principal cobrança é a montagem de uma forte chapa de deputados federais, que possa eleger quatro parlamentares – depende de uma articulação que ultrapassa as forças de Feitosa. E requer compromissos do senador Cid Gomes e do governador Camilo Santana, dois dos líderes do grupo governista local.
Os líderes governistas estão conversando ativamente com as lideranças do União Brasil, por meio de Chiquinho Feitosa, e dizem que ainda não há uma definição.
Lideranças de vários setores
Wagner, por sua vez, tem um conjunto de aliados que podem oferecer boa estrutura na chapa de deputados e, como demonstrou no almoço desta segunda, conta com o apoio de lideranças de diversos partidos, tais como Pros, PSDB, MDB e até do PDT, caso de Gilmar Bender, de Juazeiro do Norte, apoiador da vitoriosa campanha de Glêdson Bezerra ao comando do Município.
Líderes do segmento empresarial, prefeitos, ex-prefeitos, deputados e vereadores participaram do ato.
A reunião em torno do presidente nacional do PSL deu uma demonstração de que, a julgar pelas articulações iniciais, há uma grande chance de a oposição no Ceará sair unida para um pleito de embate com o grupo governista local. Parece que haverá uma forte disputa.