Camilo Santana evita entrar no embate entre Sarto e Elmano, mas deve ser chamado a mediar conflitos

O ministro da Educação é principal fiador da campanha do governador e precisará entrar em campo para tentar pacificar relação entre PT e PDT

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), ex-governador do Estado, evitou colocar mais lenha na fogueira da crise institucional entre o governador Elmano de Freitas (PT) e o prefeito da Capital, José Sarto (PDT). Ele, entretanto, mandou recado de que a política precisa ter o objetivo de “melhorar a vida das pessoas” e disse ter certeza de que Elmano tem essa intenção. 

A declaração do ministro foi em entrevista ao Sistema Verdes Mares em Brasília, por ocasião da reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, nesta segunda-feira (13).  

O aumento da passagem de ônibus em Fortaleza deflagrou a crise institucional entre Estado e Prefeitura da Capital. Na ocasião do aumento da tarifa, Sarto informou que o Governo havia deixado de fazer o repasse de recursos para subsidiar o sistema.  

Tensão entre partidos

Rompidos desde o processo eleitoral do ano passado, o que culminou no lançamento da candidatura e vitória de Elmano de Freitas nas urnas, PT e PDT vivem um clima de tensão nas relações. Internamente, há um grupo pedetista crítico a Elmano, embora no governo estejam três secretários filiados à legenda.

Mesmo focado, como disse, nas soluções para a Educação, Camilo exerce uma liderança no Estado e, certamente, será chamado para tratar das articulações do atual governo no Estado, não apenas em relação à Prefeitura de Fortaleza.

Internamente, o PDT continua rachado. Recentemente, o senador Cid Gomes resolveu entrar em campo para defender a ala governista. Na eleição, Cid se afastou do processo após perceber que o irmão Ciro queria impor a candidatura de Roberto Cláudio, conforme dito por ele mesmo. Desde então, Cid tem defendido a retomada da aliança com o PT. Essa realidade, entretanto, parece distante.

“O que acho é que a política precisa ser feita com respeito às pessoas. Vivemos em uma democracia, as pessoas têm divergências, diferenças. Tudo precisa convergir com um objetivo: melhorar a vida das pessoas, independente de que partido esteja, independente de ideologias”, disse o ministro. 

Camilo Santana evitou se envolver no conflito e se limitou a falar sobre o aliado que ajudou a eleger como sucessor. “A política existe para construir um mundo melhor. Foi isso que procurei fazer nos 8 anos que governei o estado do Ceará. Tenho certeza que o Elmano tem essa mesma intenção”, reforçou.