Está marcada para sexta-feira, dia 13, a próxima visita do presidente Jair Bolsonaro ao Ceará. Ele deve vir ao Cariri para a entrega de unidades habitacionais do programa Casa Verde e Amarela em Juazeiro do Norte e Crato, uma agenda administrativa, mas com jeitão de evento eleitoral, conforme tem demonstrado o estilo do presidente nas andanças pelo País.
A comitiva presidencial deve chegar ao Estado em um momento novo, após a maior sinalização do governo Bolsonaro ao Nordeste e à população de baixa renda, desde o início da gestão: o novo Bolsa Família, que se chamará Auxílio Brasil e vai aumentar de valor.
O presidente já entregou ao Congresso Nacional uma Medida Provisória que prevê a reestruturação do Bolsa Família e deverá ter um valor médio de R$ 300, embora esse valor não tenha sido ainda especificado no projeto.
Deve ser o valor médio pago aos beneficiários do novo programa social do governo federal
Bolsonaro, com uma comitiva ministerial, atravessou a Praça dos Três Poderes, na manhã desta segunda (9), em Brasília, para entregar pessoalmente ao presidente da Câmara, Arthur Lira, o projeto com a novidade.
O novo programa deverá chegar a 17 milhões de brasileiros após a reestruturação - atualmente atinge 14 milhões de beneficiários - e terá um peso orçamentário de R$ 56 bilhões, R$ 26 bi a mais do que o programa que já está em vigor e remete aos governos Lula e Dilma.
De olho na popularidade
A proposta é uma sinalização do governo no sentido de resgatar a popularidade do presidente, abalada pela condução da pandemia, como demonstram as pesquisas de opinião publicadas desde abril.
Além disso, chegará em um momento em que muitos brasileiros perderam renda e que a inflação dos alimentos reduziu o poder de compra. Os níveis de pobreza também cresceram. Mais do que atacar o problema econômico, o presidente tenta se aproximar emocionalmente das pessoas fragilizadas pela crise.
Cobranças no Ceará
Nesse contexto, a viagem ao Ceará será a primeira ao Nordeste depois da apresentação da proposta ao Congresso. Aliás, desde o mês de julho, o governo Bolsonaro tem olhado mais estrategicamente ao Estado.
Ministros e auxiliares do presidente estão vindo com mais frequência. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o da Educação, Milton Ribeiro, estiveram recentemente no Estado. Marinho, inclusive, deve estar com Bolsonaro na sexta-feira.
Há expectativa de vinda do ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, nos próximos dias, além da volta de Milton Ribeiro em setembro para inaugurar um campus da UFC em Itapajé, na região Norte.
Esta coluna apurou que há cobrança de aliados no Estado para que o governo federal reforce as agendas políticas e dê maior valorização dos gestores e parlamentares locais alinhados a Bolsonaro. No Ceará, o grupo hegemônico está no poder no Estado e na Capital e mantem grande base no Interior.
A presença dos membros do Planalto, acreditam aliados, reforça a defesa do governo Bolsonaro de olho na reeleição no ano que vem.