Bancada federal cearense entra na briga para tentar evitar perda de território para o Piauí

Coordenador pediu audiência com a ministra Cármem Lúcia relatora do processo de litígio; Ceará demorou a se mobilizar

Após movimento da governadora Izolda Cela, que jogou luz no litígio entre Ceará e Piauí por territórios na divisa, a Bancada Federal cearense no Congresso Nacional se movimenta para entrar na questão. O coordenador da bancada, deputado federal Júnior Mano (PL), defende a entrada dos parlamentares federais cearenses na questão que será resolvida pelo Supremo Tribunal Federal.

Ele protocolou um ofício endereçado ao gabinete da ministra Cármem Lúcia, relatora do processo no STF, pedindo audiência para tratar do tema do litígio. Em 2011, o vizinho Estado do Piauí protocolou uma Ação Cível Originária (ACO) pedindo a incorporação de parte de municípios cearenses, que ficam na divisa, ao seu território.

A disputa entre os dois estados compreende um território de aproximadamente 3.000 km², onde vivem 25 mil pessoas, localizado na região da Serra da Ibiapaba. 

Na última semana, a governadora Izolda Cela (PDT) teve uma audiência com a ministra responsável pelo caso para detalhar os pleitos do Ceará, que envolvem não só a defesa do território, mas também a argumentação do pertencimento das populações envolvidas ao Estado do Ceará.

"Penso que é um prejuízo incalculável (de uma eventual perda). Seria um prejuízo de diversas ordens, especialmente naquilo que toca as pessoas, na sua história, no pertencimento, nas raízes, então é de nós considerarmos toda essa ordem", disse, na oportunidade.

Mobilização no parlamento

Júnior Mano, além de coordenador da bancada é representante de parte dos municípios da região e disse que irá mobilizar os parlamentares da bancada na causa.

A movimentação da bancada federal cearense, mesmo tardia, pois o processo se arrasta há uma década é um reforço na bandeira levantada pela governadora Izolda.

O Estado do Ceará entende que a questão está longe de uma resolução, mas ao jogar holofotes no assunto, o Estado mostra que está atento às movimentações.

Conforme já detalhamos nesta coluna, o Ceará demorou a olhar para o problema com seriedade.