A avaliação popular de Camilo em decisões difíceis

No último dia 23, abordamos aqui neste espaço que o governador Camilo Santana (PT) havia adotado uma estratégia de não confrontar politicamente o governo Bolsonaro em relação às ações de combate à pandemia do coronavírus. Havia feito o mesmo em relação ao motim de policiais militares. Nesta semana, Camilo subiu um degrau no tom, ao cobrar melhor coordenação federal. Ainda assim, a postura do governador tem sido de evitar querelas políticas.

E o resultado da pesquisa Opnus em parceria com o Sistema Verdes Mares mostra que as medidas do governador contam com apoio de 90% dos entrevistados. Há apoio sólido a Camilo.

Decisões firmes

Duas características que certamente contribuem para o apoio que o governador tem recebido da população em momentos de crise. Aliás, os dois governos de Camilo têm sido marcado por crises de diversas naturezas. Uma delas é a abertura ao diálogo. Camilo não se nega a ouvir as demandas. A outra é a firmeza das decisões, muitas delas difíceis. Como no caso do movimento dos policiais e agora de manutenção do isolamento social após semana de muitas pressões para que liberasse o funcionamento do comércio.

Novas pressões

Na semana que se inicia hoje, novamente, o governador deve ser confrontado com novas pressões. Há um movimento entre prefeitos e deputados estaduais para que o governador decrete calamidade pública, assim como já fizeram outros 20 estados brasileiros. Se tomar a medida, o estado fica desobrigado a cumprir metas fiscais para elevar o gasto público. A proposta vem sendo estudada pela equipe econômica do governo.

Lógica perversa

No interior, há uma grande preocupação dos prefeitos com a busca de pessoas de baixa renda por ajuda das prefeituras para enfrentarem este momento difícil e de isolamento social. Alguns gestores já começaram a tomar iniciativas próprias, mesmo sem ajuda do Governo Federal. Entretanto, uma realidade escancarada com essa crise sem precedentes na saúde é a ausência de planejamento em muitos municípios.

A lógica do pires na mão nunca esteve tão clara nem foi tão perversa.

Baixas

O poder público cearense vem sofrendo baixas por causa do coronavírus. O prefeito Roberto Cláudio foi obrigado a entrar em quarentena ao ser contaminado. Recentemente, mais dois secretários dele, Samuel Dias e Alexandre Pereira, também tiveram o problema. E ontem, o secretário Cabeto apresentou sintomas e aguarda resultado do exame.