Ceará entrou na temporada 2022 com uma mensagem forte: ano de maior orçamento da história do futebol cearense. Um montante de R$ 163 milhões, com direito a R$ 11 milhões para aquisição de novos jogadores.
Apenas dois meses daquele que parecia um momento promissor do clube, o cenário de instabilidade aportou em Porangabuçu, com uma eliminação histórica e vergonhosa (para os alvinegros) no Campeonato Cearense e demissão do gestor de futebol do clube.
Veja como o Vovô chegou nessa situação tão rapidamente:
Mercado aquém do esperado
O mercado foi movimentado. Mas da porta pra fora do Vovozão. Cerca de 20 jogadores deixaram o clube. Oito chegaram para reforçar a equipe de Tiago Nunes, principalmente no aspecto defensivo (zagueiro, três laterais, dois volantes).
Não apenas o camisa 9, mas outras opções para o ataque também não foram contratadas. Apenas Zé Roberto e Yuri Castilho foram anunciados, o segundo ainda sem apresentar bom futebol, bastante questionado pela torcida.
Pré-temporada quebrada
Com agravante de uma pré-temporada cheia de contratempos, como a Covid-19, o treinador Tiago Nunes teve problemas para colocar o time em campo.
Jogadores começaram a temporada tardiamente, enquanto outros tiveram trabalho interrompido.
Discurso desconectado
Após um Clássico-Rei que o Vovô foi dominado, mas teve bom desempenho tendo em vista os problemas de saúde, alertei aqui nesta coluna que o discurso de Tiago Nunes preocupava.
Com uma temporada ainda a se desenrolar e com vários jogos em que o Alvinegro precisava ser protagonista, a afirmação de um time 'só voluntarioso' não combinava com uma equipe que necessitaria ser criativa mais adiante. E não demorou muito para que essas contradições fossem colocadas à prova.
Baixo poderio ofensivo
Sem um material humano interessante no setor ofensivo, com peças de reposição em fase delicada, como atacante Cléber, e o recuperado pós-cirurgia Jacaré, o Ceará teve problemas claros de finalização nas últimas partidas da temporada, como Sampaio Corrêa, Sport e Iguatu.
Contra o último, em especial na partida disputada na Arena Castelão, um festival de chances desperdiçadas e que fizeram muita falta. Além de tudo, contribuíram para a 'catástrofe alvinegra' na cidade interiorana.
E agora?
Agora, o Ceará precisa rapidamente se recompor na sua gestão de futebol e partir para suprir as claras deficiências do elenco, principalmente na fase ofensiva da equipe de Tiago Nunes.
Sem o Cearense, terá mais folga no calendário, o que vai permitir que Nunes encontre e entrose outros atletas para compor a equipe ideal. Isso em paralelo à importantíssima Copa do Brasil ($) e as fases decisivas da Copa do Nordeste.
Terá apenas 1 mês para tal, antes de se iniciarem os torneios mais importantes como Sul-Americana e Série A.