Quem segura a agropecuária cearense? Esta pergunta faz sentido porque, há 30 anos, o agro do Ceará nem existia e hoje ele já responde por 20% do Produto Interno Bruto, o PIB estadual. E com viés de alta, e aqui está mais uma prova com a seguinte e inacreditável informação:
O tomate – em suas variedades, incluindo a cereja – já é, em Valor Bruto de Produção (VBP), o principal produto da agricultura deste estado. E o que isto significa? Significa que a produção do tomate já alcançou a casa dos R$ 700 milhões/ano no Ceará. Acredite que é vero.
Esta notícia surge no exato momento em que o Sistema Verdes Mares (SVM) e o Banco do Nordeste (BNB) preparam-se para promover, no próximo dia 6 de dezembro (a sexta-feira da outra semana), o “Cresce Ceará”, evento que reunirá 200 empresários da agropecuária e da indústria cearenses para um debate sobre o desenvolvimento sustentável, com foco na geração de energias renováveis, incluindo o Hidrogênio Verde, e nos diferentes ramos da agricultura e da pecuária.
Não causa surpresa a notícia sobre o VBP do tomate no agro do Ceará, porque o líder da produção cearense é ninguém menos do que o Grupo Trebeschi, o maior do Brasil, que tem fazenda na geografia do município de Ubajara, na Chapada da Ibiapaba. E perto dele, produzindo, também, em grande volume, está Nazareno Pereira, dono do Sítio São Francisco, em Guaraciaba do Norte, na mesma região ibiapabana, onde produz tomate orgânico.
Por sua vez, na região do Cariri, no Sul do Ceará, o fruticultor Fábio Régis, maior produtor de bananas do Nordeste, já produz tomate em escala, para o que utiliza a mais moderna tecnologia do cultivo protegido – ou seja, sob estufas, livre da presença de insetos e com irrigação por microgotejamento e sem a utilização de qualquer ingrediente químico.
A produção de tomates de Fábio Régis, no Sítio Barreiras, na localidade de Jamacaru, em Missão Velha, segue em aclive, o que significa que ele amplia seu investimento nessa área da horticultura com o objetivo de atender à demanda que não para de crescer no Ceara, no Nordeste e no Brasil.
Edson Trebeschi e Fábio Régis compõem o que a comunidade do agro está chamando de nova geração de produtores rurais, que se voltam para a tecnologia e a inovação. Por causa deles e, também, pela tenacidade de Nazareno Pereira – conhecido pela alcunha de “Nazareno dos orgânicos” – o cultivo de tomates ganhou impulso nos últimos seis anos.
A chegada de Trebeschi à Ibiapaba mudou da água para o vinho a horticultura da região, cujos pequenos produtores locais aderiram à tecnologia do cultivo sob estufas. Exemplo: na Ibiapaba, há instalado o equivalente a mais de 600 hectares de estufas, incluídas as da Itaueira, que produz pimentões coloridos em sua fazenda em São Benedito.
Reparem: o Ceará responde, neste momento, por quase 10% da produção brasileira de tomate. É provável que, no médio prazo, a produção tomateira ibiapabana e caririense será suficiente para atender ao mercado interno e, também, para a exportação, é o que admite um consultor ouvido por esta coluna. A qualidade do tomate produzido no Ceará é excelente e já alcança o padrão europeu, e isto é consequência das boas práticas agrícolas aplicadas por Edson Trebeschi, Fábio Régis e Nazareno Pereira em suas fazendas.
O VBP do tomate no Ceará é apenas um flagrante do estágio de crescimento a que chegou o agro cearense, que, nas últimas três décadas, saiu da idade da pedra para alcançar os padrões de alta qualidade observados no Centro-Oeste do Brasil, nos EUA e nos países da Europa.
Pois é sobre o futuro próximo dessa agropecuária moderna e tecnológica e, mais ainda, da indústria inovadora cearense que o “Cresce Ceará” tratará no próximo dia 6, das 8 às 12 horas, no Gran Marquise.
O SVM e o BNB deram-se as mãos para a realização do evento com o objetivo conjunto de transmitir ao público as informações sobre a autêntica revolução que se passa em alta velocidade na economia cearense, cujo futuro é muito promissor em todos os seus segmentos, incluindo o tecnológico.
O presidente do BNB, Paulo Câmara, abrirá o “Cresce Ceará”, que terá a presença dos maiores empresários da indústria e do agronegócio do estado.