Em 2020, uma ação da rede de lojas Americanas era negociada a R$ 120. Em outubro do ano passado, ou seja, dois anos depois, a mesma ação era cotada na Bolsa de Valores brasileira B3 a R$ 20.
Na última sexta-feira, quando as ações da Americanas foram expulsas dos índices da B3, elas fecharam valendo R$ 0,77.
Na noite da quarta-feira da semana passa, dia 11, o mercado financeiro foi sacudido pela notícia de que nas contas da Americanas havia um rombo de R$ 20 bilhões.
No dia seguinte, revelou-se que esse rombo era maior: R$ 40 bilhões.
Na sexta-feira passada, 21, a Americanas entrou com pedido de Recuperação Judicial, logo aceito pela Justiça do Rio de Janeiro, providência que blindou a empresa contra pedidos de falência.
Mas hoje, domingo, dia 22 de abril, já se admite que a hipótese de falência da Americanas existe.
No caixa da empresa, no dia 11 deste mês, havia R$ 8 bilhões; na sexta-feira, anteontem, só existiam R$ 800 milhões.
A dívida da Americanas com os bancos e alguns credores é de R$ 43 bilhões. E há uma dívida trabalhista ainda não apurada, mas também gigantesca, que terá de ser paga aos 48 mil funcionários da empresa, em caso de falência.
Analistas do mercado financeiro estão admitindo que a falência da Americanas é muito provável. Mas ela poderá ser evitada se os três principais acionistas da empresa, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, resolverem aportar recursos de, pelo menos, R$ 6 bilhões para salvar a rede varejista, algo pouco provável, embora esse trio de bilionários seja dono de uma fortuna calculada em R$ 180 bilhões.
Como a Americanas, hoje, não tem dinheiro para repor estoques, uma vez que os seus fornecedores só lhe vendem à vista, e como a empresa não gera caixa, pode-se ver que triste destino está reservado a ela.