Presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), que administra o Porto de Fortaleza, o engenheiro Lúcio Ferreira – austero na gestão, severo nos gestos e atitudes e firme na exposição de suas ideias – pede espaço à coluna para informar e esclarecer sobre matéria aqui publicada ontem, quinta-feira, sob o título “Transportador desabafa: o Porto do Mucuripe virou um caos”.
O texto abordou a reclamação de dois grandes empresários do setor de logística de transporte quanto ao longo tempo de espera para a entrada e saída de caminhões que levam e trazem mercadorias daquele terminal marítimo. Um deles afirmou que seus veículos tiveram de esperar 36 horas para acessar a área de contêineres do Porto, e por isto reclamou do “caos” em que se encontrava o terminal, cujo terminal de contêineres é operado pela CMA Terminals, braço da gigante francesa dos mares, a CMA-CGM.
A mensagem dirigida à coluna pelo presidente da CDC está vasada nos seguintes termos:
“De princípio, devo agradecer o cuidado de ter feito a ressalva de que o caos não seria “por culpa da nova gestão da Companhia Docas do Ceará”. Porém, tenho que apresentar alguns esclarecimentos:
“De fato, temos vivenciado um crescimento bastante expressivo na movimentação do Porto de Fortaleza, nas últimas semanas, tendência que deverá ser mantida, nos próximos meses, até mesmo por conta da concentração, no período, de uma safra de frutas, cujo volume é considerado recorde.
“Entendemos que essa concentração, apesar de sazonal, é motivo de comemoração, por trazer números extraordinários para o Porto de Fortaleza e, por conseguinte, para a economia do nosso Estado.
“Desde o começo do mês (de outubro), já registramos mais de 11 mil TEUs (mesmo número do mês passado), com previsão para fecharmos outubro superando a marca de 14 mil TEUs.
“Números jamais alcançados em nossa história – em out/2022, foram 4.626 TEUs) (TEU é unidade padrão de referência internacional que quer dizer, em inglês, Twenty-foot Equivalent Unit, ou Unidade Equivalente a um container de 20 pés de comprimento).
“Entre sexta-feira (20/10) e domingo (22/10), registramos um aumento de 90% no volume de cargas frigoríficas. Isso acabou causando um problema pontual, na entrada e despacho de caminhões, o que foi resolvido, com a compreensão e parceria dos órgãos intervenientes, especialmente a Receita Federal.
“A Companhia Docas do Ceará tem envidado esforços, recursos, no sentido de preparar a operação do Porto para o crescimento da movimentação de cargas, com agilidade, segurança e qualidade. Para citar apenas uma providência, estamos passando de um para três a quantidade de equipamentos scanner.
“CMA Terminals
“Em relação à empresa CMA Terminals, braço de operação portuária do grupo CMA CGM, trata-se de um dos três líderes mundiais de operação de terminais de contêineres, ultrapassando a marca de 50 terminais, em todos os continentes, tendo movimentado, em 2022, mais de 39 milhões de contêineres.
“Na Região, além de Fortaleza, a CMA Terminals operou, por mais de 16 anos, no Porto de Natal.
“Sobre a infraestrutura da CMA Terminals, em Fortaleza, mais de R$ 80 milhões já foram investidos, em equipamentos, como: guindastes, 2 scanners, gates, novas tomadas e equipamentos elétricos que não emitem dióxido de carbono (CO2) – portanto, atendendo às normas ambientais e a política de transição energética. Lembrando que o contrato da CMA Terminals é do tipo transitório, por 6 (seis) meses (prorrogável), enquanto é providenciada, pela ANTAQ, Agência Reguladora, uma licitação para contrato definitivo. Nesse segundo momento, maiores investimentos serão realizados no Porto.
“Coloco-me à sua disposição para esclarecer mais alguma coisa, e/ou detalhar providências que estamos tomando, com o objetivo de garantirmos infraestrutura condizente com o crescimento que esperamos.”
A informação aqui divulgada teve como fonte dois grandes empresários do setor da logística de transporte do Ceará, cuja frota de caminhões