Liderança política da CDL Fortaleza mobiliza governo pelo centro da cidade

Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, reúne Sefaz, BNB e empresários do setor imobiliário por uma política de modernização da área central da capital do Ceará

Do ponto de vista legal, é o Sindicato do Comércio Lojista de Fortaleza (Sindilojas) que representa o setor do varejo da capital cearense. 

Do ponto de vista político, porém, essa liderança hoje, destacadamente, é exercida pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), que na manhã de ontem deu mais uma prova desse reconhecimento.

Sua diretoria, presidida pelo empresário Assis Cavalcante, reuniu a um só tempo, na mesma mesa, o secretário da Fazenda do Governo do Estado, Fabrízio Gomes, o superintendente do Banco do Nordeste no Ceará, Lívio Tonyatt; e o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário, Germano Belchior. Cada um expôs sua posição a respeito de um tema recorrente: a revitalização do centro comercial de Fortaleza. 

O secretário Fabrízio Gomes, um economista baiano que adotou Fortaleza como sua casa e local de trabalho, ganhou aplausos ao revelar que o espaço geográfico ocupado pelo bairro denominado Centro de Fortaleza responde por R$ 2,4 bilhões dos R$ 8,2 bilhões que a Sefaz arrecada, anualmente, em tributos na Região Metropolitana de Fortaleza (danos relativos ao exercício de 2022).

Essa montanha de dinheiro é superior à da receita da Sefaz no município de Maracanaú, que soma R$ 1,4 bilhão; em Caucaia, que é de R$ 710 milhões; Aquiraz, de R$ 600,6 milhões; Itaitinga, de R$ 362,7 milhões; São Gonçalo do Amarante, onde está o Porto do Pecém, cuja receita é de R$ 292,7 milhões; Juazeiro do Norte, que é de R$ 263,7 milhões; Sobral, de R$ 228,4 milhões; e Horizonte, de R$ 93 milhões.

Agora, atentem para os seguintes detalhes: o bairro Centro de Fortaleza garante ao Tesouro do Estado uma receita tributária anual do tamanho de R$ 2,040 bilhões; em seguida, vem o bairro do Mucuripe, onde está o porto marítimo de mesmo nome, que tem receita anual de R$ 1,7 bilhão; o bairro Cais do Porto do Mucuripe arrecada R$ 818 milhões; o bairro de Messejana é o quarto colocado, com receita tributária de R$ 286 milhões; e a Aldeota, cheia de shoppings centers, responde por R$ 270 milhões.

São esses números que têm levado a liderança da CDL de Fortaleza a mobilizar, como fez ontem, autoridades e parceiros no sentido de que o Poder Público conceda uma atenção especial e prioritária ao Centro Comercial desta cidade. A primeira preocupação dos empresários lojistas com negócios na região é para com o horário de funcionamento das lojas, que se estende das 8 às 18 horas. 

“Mas às 5 horas da tarde – pela má iluminação e pela insegurança da área – os funcionários das lojas já estão prontos para sair do trabalho e buscar seus ônibus para a volta à casa”, como disse ao secretário da Fazenda o lojista Riamburgo Ximenes.

O secretário Fabrízio Gomes aliou-se aos seus anfitriões e disse-lhes que o centro de Fortaleza, como acontece no centro das grandes cidades do mundo, está a merecer uma política urbanística diferenciada, “pois se trata de um espaço que guarda e preserva a cultura local”. Ele declarou seu apoio às iniciativas que a CDL vier a tomar para tornar viável a revitalização da área central desta capital.

Honório Pinheiro, ex-presidente da CDL, pediu a palavra para dizer que hoje a Sefaz do Ceará “está melhor e mais bem preparada do que nós, os contribuintes”, e declarou-se otimista com o futuro próximo, pois “à frente da Secretaria está um time de jovens, a começar pelo próprio secretário Fabrízio”.
 
O superintendente do BNB no Ceará, Livio Tonniatt, também surpreendeu os empresários da CDL ao revelar que a agência do banco no centro de Fortaleza é a segunda maior do estado em operações de crédito. 

“Só nestes quatro meses de 2023, essa agência já contratou o equivalente a R$ 100 milhões em crédito para seus clientes”, acrescentou Tonnyatt. Ele também informou que 30% das operações do Crediamigo no Ceará são realizadas na agência do BNB no centro de Fortaleza.

O que o Poder Público fizer pelo centro comercial de Fortaleza, investindo nele por meio de políticos urbanísticas, “terá o apoio das empresas do mercado imobiliário”, disse Germano Belchior, encerrando a produtiva e política reunião da CDL.