Hub do Hidrogênio Verde no Pecém: o que virá agora

Com a sanção da Lei que cria o Marco Regulatório do H2V, Fortescue, Casa dos Ventos, Cactus Energia, Voltalia e AES poderão iniciar a construção de suas unidades industriais na ZPE do Ceará

Vinte e quatro horas depois de aprovado, quinta-feira, 10, pela Câmara dos Deputados, o Marco Regulatório do Hidrogênio Verde (H2V) – que será Lei quando o presidente Lula o sancionar – o vice-presidente da Federação das Indústrias (Fiec), Carlos Prado, relacionou ontem para esta coluna as boas notícias que essa novidade está trazendo especificamente para o Ceará:

“A australiana Fortescue prepara-se para iniciar a terraplenagem do terreno para sua indústria de H2V na ZPE do Pecém. É uma das várias empresas que pagam, mensalmente, à ZPE um valor expressivo para manter as reservas de áreas nas quais serão implantadas as suas unidades industriais;

“A direção do Porto do Pecém já definiu, nesta semana, as empresas que viabilizarão o transporte, a estocagem e o embarque do Hidrogênio Verde;

“Nos próximos dias 12 e 13 de agosto, no Fiec Summit 2024, que se realizará no Centro de Eventos, empresas e instituições envolvidas com o Hub do Hidrogênio Verde do Pecém trocarão ideias e farão negócios para tornar o Ceará líder na corrida para a produção do H2V no Brasil; 

“No mesmo Fiec Summit 2024, o senhor Nico Van Dooren, diretor do Porto de Roterdã fará palestra para mostrar como sua empresa coordenará o corredor do Hidrogênio Verde, conforme previsto no documento assinado em maio do ano passado pelo governador do Ceará e pelo primeiro-ministro da Holanda. O senhor Dooren também explicará como será feita a distribuição do hidrogênio verde cearense para toda a Europa;

“Durante o Fiec Summit, em dois auditórios técnicos para 100 pessoas cada um, farão palestras investidores, executivos de indústrias de equipamentos e insumos, fornecedores de energia renovável, dentre outros. Haverá debates após as palestras. Já há mais de 1.000 inscritos presenciais para esse evento, que chega à sua terceira edição”.

Por sua vez, o engenheiro José Carlos Braga, consultor em energias renováveis, expõs, também, seu entusiasmo com a aprovação do Marco Regulatório do Hidrogênio Verde. Ele com a palavra:

“Sem dúvida, é um grande avanço para o sucesso do H2V.  Entretanto, faltam alguns passos importantes, como a sanção presidencial, que será antecedida pela análise técnica e jurídica da Casa Civil, e, na sequência, determinação dos procedimentos necessários à obtenção das outorgas a serem emitidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o órgão regulador, aos investidores requerentes e habilitados.

“No caso do Pecém, é muito provável que, doravante, as empresas que já possuem a Licença Ambiental Prévia e pré-contrato celebrado com a a CIPP S/A (Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém Sociedade Anônima, da qual é sócio o Porto de Roterdã), aviem seus projetos rumo ao Final Investment Decision (FID).

“No mesmo diapasão, devem mobilizar-se governos, entidades públicas e privadas interessadas na transição energética e na direção da economia verde de baixo carbono, cujo perfil ensejará enorme riqueza aos entes federados e ao Brasil como um todo, com a entrada de vultosos investimentos nacionais e estrangeiros.

“Assim, é chegada a hora de todos arregaçarem as mangas.”

O engenheiro Maia Júnior, ex-secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, em cuja gestão nasceu a ideia de implantação do Hub do Hidrogênio do Pecém, resumiu em uma frase o seu contentamento com a aprovação do marco regulatório do H2V:

“O Ceará tem tudo, agora, para colher os bons frutos da semente plantada pelo governo do Estado em parceria com a iniciativa privada, por meio da Fiec, e com a Academia, por meio da UFC.” 

Esta coluna informa que já têm licença prévia para a implantação de unidades industriais de produção do H2V na ZPE do Pecém as empresas Fortescue, Casa dos Ventos, Voltalia, Cactus Energia e AES.