Hidrogênio Verde: Consórcio europeu vê o Ceará como seu abastecedor

Mark McHugh, representante do consórcio europeu TransHydrogen Alliance (THA), foi recebido ontem na Fiec. Ele disse que o Brasil será uma potência na produção do H2V e que o Pecém foi escolhido para a sua produção.

A Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) recebeu ontem a visita de Mark McHugh, representante do consórcio europeu TransHydrogen Alliance (THA), formado pelas empresas Proton Ventures, Trammo, Global Energy e Varo, Mark McHugh. 

Esta coluna pode informar que se trata do mais importante consórcio internacional voltado para a produção do Hidrogênio Verde. 

McHugh foi recepcionado pelo vice-presidente da Fiec, Carlos Prado, que representou o seu presidente, Ricardo Cavalcante, que se encontra em Dubai, nos Emirados Árabes, integrando missão empresarial da CNI.

“Nossa visão é de que o Brasil venha a ser uma potência global na produção e exportação de hidrogênio verde, alavancando umas das matrizes energéticas mais limpas do mundo. O nosso consórcio escolheu o Pecém como um dos locais para produzir hidrogênio verde e quer trabalhar em conjunto com parceiros locais, especialmente selecionados, para criar uma nova indústria de exportação”, disse Mark McHugh a Carlos Prado.

Desse consórcio faz parte, destacadamente, o Porto de Roterdã, que é sócio da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), empresa administradora do Porto do Pecém e da ZPE do Ceará.

O consórcio TransHydrogen Alliance não esconde seus objetivos, que estão explícitos no seu site: “Fornecer à Europa energia renovável para substituir as atuais fontes de energia, oriundas em combustíveis fósseis”.

O site do consócio acrescenta, transparentemente:

“À luz da inserção global da transição energética, o desafio é fornecer à Europa energia renovável para substituir as atuais fontes de energia, que são baseadas em combustíveis fósseis. 

“A Europa não é capaz de fornecer toda a energia renovável e todas as fontes de energia de que precisa de forma autônoma. Por isto, a importação do exterior é necessária. Isto precisa ser técnica e economicamente viável em comparação com a economia de energia e energia atual.”

O site da TransHydrogen Alliance vai adiante:

“O objetivo da TransHydrogen Alliance é desenvolver a cadeia de abastecimento necessária que permita a importação desses recursos de regiões onde as condições físicas em combinação com a tecnologia trabalham a favor da economia. Portanto, a Aliança visa desenvolver projetos escaláveis, aplicando uma abordagem em fases, permitindo a geração de energia renovável que é usada para produzir hidrogênio verde, que por sua vez é convertido em amônia verde facilitando o seu transporte para a Europa.

“Resumindo, a Aliança pretende estabelecer a cadeia de abastecimento distribuída para contribuir para o cumprimento das necessidades de energia renovável da Europa de uma forma tecnocomercial viável hoje.”

Ainda de acordo com o site do consórcio, seu foco são as regiões que dispõem – como o Brasil e o Ceará, de modo destacado – de bancos de vento e de sol capazes de gerar as energia renováveis:

“Por meio de recentes desenvolvimentos políticos e tecnológicos, há uma oportunidade de estabelecer novas cadeias de suprimento de energia verde entre os países ricos em sol e vento que reúnam a oferta e a demanda no futuro. O consórcio TransHydrogen Alliance deseja trabalhar em conjunto com parceiros especialmente selecionados em países específicos para criar uma nova indústria de exportação e todos os benefícios relacionados”, e aqui se enquadra o projeto do governo do Ceará, em parceria com a Fiec e a UFC, de criar um Hub de Hidrogênio Verde no Ceará.

No site do consórcio europeu, lê-se o seguinte:

“Ainda graças a soluções técnicas exclusivas e à combinação de especialistas da indústria em cada parte da cadeia de abastecimento, o THA pode iniciar esta cadeia de abastecimento dentro de 3 anos a partir de hoje, com grande potencial de aumento de escala. Vamos construir o futuro juntos!”

Na terça-feira passada, esta coluna levantou algumas questões relativas ao Hub do Hidrogênio Verdes (H2V), e uma delas se relaciona à necessidade de o governo do Ceará e seus parceiros estabelecerem junto aos grandes “players” alguns compromissos com a cadeia produtiva, a fim de que o Ceará seja, também, não só exportador de Hdirogênio Verde, mas também agregador de valor.