Governo do Ceará aposta em novo polo econômico no Jaguaribe

Levar energia a "um vazio de oportunidades" no vale jaguaribano é, para o secretário Maia Júnior, abrir uma região muito promissora para todos os negócios, destacadamente os do agro".

Teve excelente repercussão no meio empresarial da agricultura, da pecuária, do comércio e, também, da indústria cearenses a decisão da governadora Izolda Cela de autorizar a execução do projeto que levará energia elétrica a uma região de alto potencial econômico no Vale do Jaguaribe – que inclui boa parte da geografia do município de Morada Nova. 

Hoje, essa área é, na opinião de técnicos, “um grande vazio de oportunidades”.

De acordo com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do governo estadual, Maia Júnior, o projeto, resumidamente, prevê a construção de uma linha de transmissão de 69 kV e de uma subestação nova de 69 kV/13,8kV, a ser instalada na localidade de Cristais, “reforçando o atendimento de uma grande região promissora para todos os negócios, os do agro, destacadamente”.

A área beneficiada é rica em solo, clima e água, mas totalmente carente de energia, pois lá ela não chega. “Essa situação vai mudar”, garantiu o secretário.

O empreendimento será bancado por recursos do Programa de Investimentos Especiais (PIE), sustentado por um fundo que é constituído por 1% do faturamento da Enel Distribuição Ceará.

Esse projeto foi elaborado pela Secretaria Executiva do Agronegócio da Sedet, atendendo a uma solicitação encaminhada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), que se tornou porta-voz de empresas produtoras de vários setores da agricultura, da pecuária, do comércio e da indústria que, interessadas em investir naquela região, têm sido impedidas de fazê-lo pela carência de um insumo essencial – a energia elétrica. 

“A chegada da Linha de Transmissão com a subestação de Cristais causará grande e positivo impacto na economia de Morada Nova e dos municípios do seu entorno”, como diz, com um sorriso nos lábios, o secretário Maia Júnior. 

Segundo ele, esse projeto “coroa uma ação que estamos fazendo há bastante tempo no sentido de reforçar as redes de MRT remanescentes dos programas de eletrificação rural realizados para a universalização do Ceará”. 

O secretário adianta que “há mais de 10 mil km de redes MRT em regiões com potencial agro produtivo e energético-produtivo para serem atendidos” por meio de projetos de geração distribuída. 

“Tentei desenhar um ‘Programa Ceará Trifásico’, por meio do qual, com os recursos do PIE, poderíamos oferecer energia trifásica compondo a junção do desenvolvimento energia-água-alimento. Isso tudo em áreas do semiárido. Nas áreas semiáridas do mundo, o Ceará é o único com resultados produtivos. Isso é ‘mágica’ ou produto do trabalho planejado?”, expõe e indaga o secretário Maia Júnior.

Por sua vez, o secretário Executivo do Agronegócio da Sedet, agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, não tem dúvida de que, na área objeto do projeto autorizado pela governadora Izolda Cela, surgirá uma nova fronteira agroindustrial, de pecuária bovina leiteira e de corte, com repercussão na atividade comercial e industrial. 

“Há pequenos, médios e grandes empreendedores que apenas aguardam a chegada da energia elétrica para iniciar uma série de investimentos, entre os quais se inclui a fruticultura, uma vez que toda a região de Morada Nova é livre da ‘mosca da fruta’, o que a torna uma área importante para a produção de frutas de valor agregado, destinadas, principalmente, à exportação para os mercados da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá, gerando mais divisas para o Ceará”, explica o secretário Sílvio Carlos Ribeiro.

Ribeiro congratula-se com todos os que, na sua Secretaria do Agronegócio, se empenharam para viabilizar o projeto de levar energia elétrica àquele “vazio de oportunidades” no Vale do Jaguaribe. 

Ele aposta que, dentro de três anos, a economia de Morada Nova dará um salto, tornando-se “uma nova fronteira de oportunidades para o setor primário da economia do Ceará”.  

E finaliza, enaltecendo “a persistência do secretário Maia Júnior, que acreditou na viabilidade do projeto, e na sensibilidade da governadora Izolda Cela, que decidiu autorizar a sua execução”.