Faec quer Ceará livre da aftosa e com um frigorífico industrial

Federação da Agricultura reúne hoje proprietários rurais e empresários com o secretário Maia Júnior. Na pauta, projeto do frigorífico e terras para energia solar. E mais: Hortícolas sem prazo de validade..

Nesta segunda-feira, às 8h30min, em sua sede no bairro do Jardim América, a Federação da Agricultura do Ceará (Faec) reúne – em torno do secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior – presidentes de sindicatos rurais e empresários para dar início a uma campanha cuja finalidade é tornar este Estado zona livre da febre aftosa sem vacinação.

Hoje o Ceará já zona livre da aftosa, mas com vacinação.

A reunião de hoje tem, porém, do ponto de vista econômico, um objetivo maior: plantar a semente de um projeto de instalação, no médio prazo, de um grande frigorífico industrial para atender ao que o presidente da Faec, Amílcar Silveira, chama de “uma bomba atômica, que é o gigantesco mercado consumidor de carne bovina e suína de Fortaleza e sua Região Metropolitana, estimado em mais de três milhões de bocas”. 

Tornando-se zona livre de aftosa sem vacinação, o Ceará estará, literalmente, livre, também, para incrementar uma política de incentivo à criação de gado de corte, multiplicando o seu atual rebanho bovino, que é só de 2 milhões de cabeças, muito pouco diante do alto consumo local (estima-se que a atual produção cearense de proteína bovina atende menos de 50% do consumo estadual).

Do plano de tornar o Ceará zona livre da febre aftosa sem vacinação faz parte, igualmente, a criação de um fundo específico – bancado pela iniciativa privada – para garantir eventuais indenizações em caso de, emergencialmente, acontecer um caso de contaminação.

Recentemente, na Austrália (que serve de modelo para o projeto da Faec), um país totalmente livre da aftosa sem vacinação, registrou-se um caso de contaminação em 230 mil animais de uma fazenda. Os animais foram sacrificados sem qualquer prejuízo para os donos da propriedade (que foram indenizados pelo fundo de lá) e para o país, que continuou exportando carne para o exterior, sem qualquer impedimento.

Tornar o Ceará zona livre da aftosa sem vacinação, porém, “levará algum tempo”, diz Amílcar Silveira, acrescentando:

“Como todo caminho começa ao caminhar, o primeiro passo desse projeto estamos dando agora, desenvolvendo um esforço no sentido de engajar toda a comunidade de criadores de bovinos e suínos para, primeiro, nos livrarmos da aftosa sem vacinação e, em seguida, implantarmos o frigorífico industrial”. 

A ideia do frigorífico foi levantada há poucos meses pelo empresário Beto Studart, ele mesmo um criador de gado de corte, da raça Nelore, em sua fazenda Chica Doce, nas cercanias de Fortaleza.

Candice Rangel, agropecuarista que, em Brejo Santo, mantém um rebanho de corte de 2.500 cabeças do mais puro gado Nelore, entusiasma-se com a ideia e garante apoio ao esforço da Faec:

“Podemos mobilizar os criadores da região do Cariri, primeiro para estudar a viabilidade do projeto, depois para dimensionar o tamanho do mercado e, com base nele, definir a planta industrial do frigorífico”, diz Candice.

Na reunião de hoje com o secretário Maia Júnior, os empresários e os presidentes dos sindicatos rurais filiados à Faec também debaterão sobre o interesse de empresas nacionais e estrangeiras na locação de terras de proprietários rurais.
 
A Faec pretende prestar assistência jurídica aos produtores rurais, garantindo-lhes preço justo pelo aluguel de suas glebas, que serão usadas para a instalação de parques de geração de energia solar fotovoltaica.

PRODUTOS HORTÍCOLAS SEM PRAZO DE VALIDADE

Este Brasil é um país de coisas inacreditáveis, e aqui está uma delas:

Nunca a legislação brasileira exigiu que os produtos hortícolas tivessem prazo de validade, mas, apesar disto, os fiscais fitossanitários sempre pressionaram o varejo – os supermercados, as bodegas, os pequenos armazéns, as feiras livres – no sentido de que informassem a validade desses produtos expostos à venda em embalagens.

Pois bem: para tornar bem claro que essa exigência não existe, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) baixou, na quinta-feira da semana passada, a Portaria número 458, estabelecendo a não obrigatoriedade da validade em produtos hortícolas.

Os horticultores e os varejistas de todo o país, inclusive os do Ceará, estão agora empenhados em dar ampla divulgação a essa Portaria. 

CHOREMOS PELA ARGENTINA

Título da capa do site do jornal La Prensa, de Buenos Aires, hoje: 

"Dólar sem controle, presidente errático, vice desaparecida”. 

O presidente é Alberto Fernandez e a vice é Cristina Kirchner. E o dólar é a moeda norte-americana que segue subindo, valendo hoje mais de 330 pesos argentinos. 

A ministra da economia da Argentina, Silvina Batakis, está desde sábado nos EUA, buscando ajuda do FMI e do governo dos EUA. 

A crise econômica e, agora, política na Argentina, só faz piorar,