F. S. Rocha Pescados e Mariscos: do peixe à energia solar

Os irmãos Manoel e Francisco da Silva Rocha, que vendem quase tudo do que produzem o mar e as águas interiores, investem em um projeto de geração solar fotovoltaica para consumo da empresa.

Donos da F. S. Rocha Pescados e Mariscos – que tem duas grandes lojas em Fortaleza, a maior das quais com 1.500 m² de área, que vendem quase tudo do que produzem o mar e as águas interiores – os irmãos Manoel e Francisco da Silva Rocha não param de empreender. 

Eles estão implantando um projeto de geração de energia solar fotovoltaica na região Norte do Ceará cuja potência instalada, segundo a empresa que o instala, de 389.880 KWp (no pico) será totalmente consumida pelas suas lojas em Fortaleza. A empresa que projetou e implanta o projeto é a MF Energy. 

Os irmãos Rocha não quiseram falar sobre o valor do investimento, mas o engenheiro Fernando Ximenes, um especialista em energias renováveis, estima que, levando em conta que serão 540 painéis fotovoltaicos, cada um com capacidade de gerar 540 Wp, o projeto deverá produzir 291.600 KWp – uma média de 58.000 Kwh/mês, suficiente para sustentar o funcionamento das quatro câmaras frigoríficas das duas unidades da empresa, do sistema de ar-condicionado e da iluminação das lojas. 

Os irmãos Rocha não o revelaram, mas Fernando Ximenes calculou que o investimento a ser feito no empreendimento superará R$ 1,8 milhão. 

O BNB dispõe de uma linha especial de crédito – o FNE Sol – exclusivamente para financiar projetos de geração de energia solar fotovoltaica, com prazo de amortização de seis anos e carência de seis meses.

Esta coluna perguntou aos irmãos Manoel e Francisco Rocha por que decidiram fazer esse investimento. Eis sua resposta, adaptada para a linguagem jornalística:

“Primeiro, porque esta é a tendência mundial, inclusive aqui no Ceará, onde alguns milhares de comerciantes como nós já instalaram ou estão a instalar projetos de geração solar fotovoltaica. Ou seja, nós estamos caminhando o caminho correto da modernidade tecnológica. Segundo, porque, evidentemente, a oportunidade é agora e não podemos perdê-la”.

E por que esse investimento será no interior do estado?

“Por um motivo simples: temos duas propriedades, uma em Granja e outra em Uruoca, e vamos utilizá-las para instalar os painéis fotovoltaicos. Não faremos nada diferente do que os nossos colegas comerciantes, os pequenos, médios e agropecuaristas, os industriais e até as pessoas físicas estão fazendo. Há financiamento de bancos oficiais para esse tipo de investimento e, como todo mundo, vamos utilizá-lo. O BNB é uma boa opção para isso”, responderam.

Mais uma pergunta: Quanto investirão? Eis a resposta dos irmãos Rocha:

“O projeto está sendo elaborado por uma empresa especializada (a MF Energy). Já temos uma ideia de quanto custará e de quanto precisaremos de financiamento para implantá-lo. Mas podemos assegurar que tudo está dentro de nossa previsão e provisão. E ainda podemos dizer que, em poucos anos, teremos o retorno do investimento, que começará tão logo entre em operação o nosso miniparque solar, cuja energia será injetada na rede de distribuição da Enel, que passará a emitir para a F. S. Rocha Pescados e Mariscos uma fatura de valor muito menor do que a hoje”. 

Para o engenheiro e empresário Fernando Ximenes – ele é o dono da Gram Eollic, que elabora projetos de energia eólica e solar – “produzir a própria energia é a grande solução para reduzir os custos em todas as esferas, sejam elas residencial, comercial ou industrial. Principalmente a indústria tem de aprender a gerar sua energia para ser competitiva e garantir o abastecimento”.

Concluindo, Ximenes fez questão de afirmar: “Levando em consideração que FNE-SOL do BNB dá seis meses de carência, o projeto dos irmãos Rocha se pagará todo com a capitalização do recurso que seria pago à distribuidora local.”