Energia eólica offshore: Sem regulação, tudo está atrasado

Por causa desse atraso, investidores estão trocando o Brasil por outros países

Ricardo de Luca, diretor-geral da Corio Generation, empresa do setor de energia da qual é sócia a cearense Servtec, disse a esta coluna que a falta de um marco regulatório para a geração de energia eólica offshore (dentro do mar) está causando a fuga de várias empresas do Brasil para outros países. 

Esta é uma informação importante e grave, mas não chega a surpreender, pois faz parte da tradição brasileira retardar a tomada de decisões. Há três anos os poderes Executivo e Legislativo do Governo da União protelam o que já deveria ter sido adotado.

“Para que o Brasil se mantenha protagonista e passe a liderar a transição energética em curso no mundo, assumindo relevante papel geopolítico, é necessário e urgente o estabelecimento de um marco legal que dê segurança jurídica aos investimentos nas usinas de geração eólica offshore, os quais serão muito elevados”, afirmou Luca à coluna.

Na sua opinião, é grande e crescente o interesse de empresas nacionais e internacionais pelo desenvolvimento da geração eólica ao longo de toda a costa brasileira. Ele citou dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), segundo os quais há mais de 230 GW (gigawatts) de projetos inscritos e em processo de análise de licenciamento ambiental.

“Contudo, lamentavelmente, algumas empresas estão abandonando seus projetos no Brasil para investir em outros países devido à demora no estabelecimento do indispensável marco regulatório”, acrescentou ele.
Ainda de acordo com Ricardo de Luca, o desenvolvimento de projetos de geração de energia offshore demandam de 8 a 10 anos para sua implantação e operação. 

“É urgente, pois, a aprovação do PL 576/2021, que regulamenta a atividade e tem o objetivo de preparar o País para dominar essa fonte de geração já na próxima década, sob pena de perdermos a oportunidade para outros países como parece já ocorrer”, acrescenta ele. É um assunto de alto interesse do Ceará e dos cearenses.

“O Ceará representa 30% dos projetos com licenciamento ambiental requerido no País, o que mais uma vez revela o conhecido potencial e a clara vocação do estado para as energias renováveis”, disse Luca. Ele revelou que a Corio Generation, especificamente, está desenvolvendo, em conjunto com a empresa cearense Servtec Energia, um projeto de 3.8 GW a ser instalado no litoral do Ceará. 

Neste estado, há elaborados e em análise no Ibama 25 projetos de vários players relevantes, além da Corio, os quais representam uma potência instalada de 64.4 GW e um investimento potencial de mais de R$ 1 trilhão, caso todos se viabilizem. 

“Estamos falando de números da mesma dimensão da atual indústria de Óleo & gás no Brasil. Estamos a falar da nova indústria global não emissora de gases de efeito estufa”, lembrou Lucas. 

No caso específico do Ceará, “ainda cabe destacar que a geração eólica offshore tem conexão central e direta com o desenvolvimento da cadeia de produção do Hidrogênio Verde, na qual o estado apresenta significativa vantagem competitiva por conta dos menores custos logísticos, pois está mais próximo dos grandes mercados consumidores desse combustível fundamental para a transição energética”.

O PL 576/2021 foi aprovado incialmente no Senado Federal em agosto de 2022. No fim do ano passado, ele o foi pela Câmara dos Deputados, que fez algumas modificações, o que o levou de volta para o Senado, onde está paralisado. 

Há um impasse entre o Legislativo e o Executivo em torno de temas estranhos à geração de energia offshore. No texto do PL foram inseridos alguns jabutis, que nada têm a ver com a geração de energia eólica offshore. Mas, naquilo que concerne à geração eólica dentro do mar, não há qualquer impedimento para a sua aprovação.

Ricardo de Luca esclarece que “é importante destacar que os investidores com projetos registrados no Ibama, em sua esmagadora maioria, são empresas de energia de grande porte, com atuação global, detentoras de capacidade técnica e financeira para concretizar os projetos, e que o PL não cria qualquer subsídio ou privilégio para a geração de energia offshore, ou seja, não onera o consumidor de energia elétrica”.

SHOPPING EUSÉBIO É BOM LUGAR PARA TRABALHAR

Mais uma conquista está celebrando o Shopping Eusébio: ele recebeu, pela terceira vez consecutiva, o prestigiado selo Great Place to Work 2024. O reconhecimento destaca a empresa como um dos melhores lugares para se trabalhar no Brasil.

A certificação Great Place to Work é concedida com base em avaliações abrangentes dos colaboradores, que destacaram o Shopping Eusébio pela qualidade do ambiente laboral.

Entre as iniciativas que contribuíram para esse reconhecimento estão programas de desenvolvimento, capacitando os colaboradores a crescerem em suas carreiras dentro da organização. Além disso, o Shopping Eusébio investe em atividades voltadas para a saúde e o bem-estar, promovendo um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.

"A conquista mostra o compromisso do Shopping Eusébio em proporcionar um ambiente inclusivo e inovador, onde os colaboradores se sintam valorizados e motivados a contribuir com seu melhor", afirmou Romário Martins, Gerente de pessoas do Shopping Eusébio.