Em Limoeiro do Norte, protesto contra camarão do Equador

Equatorianos, com superprodução de camarão, procuram onde desovar seus estoques a preço vil. Os EUA e o México o rejeitaram. Carcinicultura do Equador enfrenta mais de 10 doenças, algumas inexistentes no Brasil

No dia 17 do próximo mês de agosto, mobilizadas pela ACCC – Associação Cearense dos Criadores de Camarão – e pela Camarão BR, entidade que congrega os maiores carcinicultores do país, centenas de criadores de camarão da região do Jaguaribe reunir-se-ão na cidade de Limoeiro do Norte para manifestar seu protesto contra a importação de camarão do Equador.

A manifestação terá vários motivos, o primeiro dos quais é a ameaça biológica: o produto equatoriano tem mais de 10 doenças, algumas das quais não existem no Brasil. Assim, essa importação poderá colocar em risco, seriamente, a carcinicultura brasileira, que, de quando em vez, encara o surgimento de casos da mancha branca, hoje controlada graças aos investimentos de empresas do setor, como a cearense Samaria, cujos laboratórios dedicam-se a esse rígido controle.

Outro motivo da manifestação será de ordem econômica e financeira: neste momento, a carcinicultura equatoriana enfrenta uma superprodução: seus estoques estão lotados e seu mercado interno, muito reduzido, não absorve esse excesso.

Os criadores de camarão do Equador já tentaram desovar seus estoques nos EUA e no México, oferecendo o produto a preço vil. Os governos mexicano e norte-americano rejeitaram a oferta, e assim o problema segue sem solução.

A solução seria a desova dessa superprodução no Brasil, também a preço vil, o que causaria um gigantesco prejuízo aos produtores brasileiros.

Assim, o protesto dos carcinicultores do Ceará contra a importação do camarão equatoriano é justo e oportuno, na visão do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), Amílcar Silveira, que estará pessoalmente presente a ela.

INDUMENTAL MUDA E APONTA CRESCIMENTO

Sob nova administração, comandada pelos sócios Ricard Pereira e Vilmar Ferreira, a Indumetal – uma das grandes e boas empresas da metalurgia do Ceará – está em processo de mudança do seu sistema de gestão e controle. Ao mesmo tempo, ela promoveu, também, mudança no time de colaboradores, que foi reduzido e agora está focado no aumento da produtividade, o que quer dizer produzir mais com menos.

Em mensagem a esta coluna, Ricard Pereira informou:

“Temos conseguido a cada mês melhorar nossa participação no mercado como fornecedores de estamparia e galvanização, e, apesar da alta do dólar e do aumento do preço internacional do zinco – estabelecido pela London Metal Exchange (LME), fonte mais confiável do mundo na cotação desse metal – temos tido boa rentabilidade o que projeta para 2025 um crescimento acentuado e promissor para a Idumetal.”

Entusiasmado com os resultados das mudanças empreendidas na sua empresa, Riocard Pereira finaliza:

“Estamos muito otimistas com o nicho do mercado que ocupamos e, igualmente, com a equipe bem coesa, a qual tem respondido à altura, o que nos estimula a fazer estudo de novos investimentos para o próximo ano.”

POR QUE OS IRMÃOS BAPTISTA INVESTEM EM ENERGIA

Grupos ligados ao setor de energias renováveis e com intensa atuação nas redes sociais têm chamado atenção para os preços médios de geração praticados hoje: na eólica e na solar fotovoltaica em torno de R$ 220 por megawatt/hora (MW/h); nas térmicas a gás natural por volta de R$ 800 por MW/h; e nas termelétricas movidas a óleo diesel cerca de R$ 1.400 por MW/h.

Eis aí provavelmente – o altíssimo preço da energia suja – o claro motivo pelo qual os irmãos Joesley e Wesley Baptista, do Grupo JBS, acabam de comprar usinas termelétricas sucateadas, endividadas e movidas a diesel na região da Amazônia. E tudo com apoio do governo por meio do seu ministério de Minas e Energia.

Resultado dessa magnanimidade: a conta de luz do castigado consumidor brasileiro subirá nos próximos meses por causa desse negócio, que parece muito mais com uma ação entre amigos.