Economia do Ceará está empurrada por bom vento em popa

Um projeto elaborado em conjunto pela Fiec e Faec está pronto e será apresentado ao governador Elmano de Freitas. Custará quase nada ao estado, mas mudará a paisagem da produção no campo e nas cidades

Repercutiu aqui e longe daqui o conjunto de informações que esta coluna publicou ontem sobre o que acontece hoje e o que acontecerá amanhã na economia cearense, graças à união das duas principais entidades empresariais – as federações das Indústrias (Fiec) e da Agricultura (Faec) – com o governo do estado em torno dos grandes projetos industriais e agropecuários que prometem uma revolução no campo, na infraestrutura portuária (a nova e necessária ampliação do Porto do Pecém), na tecnologia (a produção do hidrogênio verde), na inovação (mais Data Centers) e no conhecimento (a qualificação do pessoal que executará as tarefas das novas profissões). Não é pouca coisa.

Para José Antônio do Nascimento Brito, ex-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro e, ainda, ex-presidente do Jornal do Brasil, quando este era um dos mais influentes periódicos brasileiros, “as entidades empresariais do Ceará estão quilômetros à frente do resto do Brasil e, por tabela, o Estado do Ceará”. 

Nascimento Brito acrescentou uma frase ao seu comentário – ele é fiel leitor desta coluna: “Deve ser lembrado que tudo começou com o Tasso em 1987”, numa alusão ao seu amigo e ex-governador Tasso Jereissati, que, eleito em outubro de 1986 e tendo enfrentado e vencido toda a estrutura do chamado governo dos coronéis, começou um período de mudanças radicais, iniciada pela troca da sede do governo, que saiu do Palácio da Abolição e se transferiu para o sítio do Cambeba, e sequenciada pela redução do número de funcionários (cerca de 30 mil foram demitidos porque desnecessários) e pela ordem de “só gastar o que for arrecadado”. Uma verdadeira reforma fiscal que tornou o Ceará um estado superavitário (Ciro Gomes, o sucessor de Jereissati, resgatou todos os títulos da dívida estadual, algo inédito na vida política do país). 

De uns tempos para cá, as coisas mudaram, mas agora há um esforço tripartite que se desenvolve na direção certa. 

Juntos, o governador Elmano de Freitas e os presidentes da Fiec, Ricardo Cavalcante, e da Faec, Amílcar Silveira, podem juntar os recursos legais, materiais e financeiros de que dispõem para tornar realidade projetos que mudarão, radicalmente, para melhor a economia cearense no campo – via agropecuária – e nas cidades – via indústria. 

Homem com muito boa bagagem intelectual, entendendo que foi democraticamente eleito para governar de modo republicano, ou seja, obediente às leis e distante das preferências ideológicas e sob um modelo econômico de livre mercado e de respeito à propriedade privada, Elmano de Freitas tornou-se, sob o ponto de vista de agropecuaristas e industriais, ponto de convergência para o encaminhamento das questões que afetam os agentes econômicos. 

Como bom político, ele tem exibido rara habilidade para driblar esta ou aquela reivindicação dos setores mais importantes da economia – a Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), pela voz do seu presidente Assis Cavalcante, diz e repete: “O governador Elmano é muito hábil. Nossa relação com ele e com seu secretário da Fazenda é muito boa, de alto nível”.

Este segundo semestre de 2024 promete ser um período de tomadas de decisão relevantes, principalmente na área industrial e no agro. Há empreendimentos que, pela sua dimensão e pela sua abrangência econômica e social, só serão viáveis com a ativa participação do governo, mas do ponto de vista financeiro, tudo será de pouca monta. 

Esses empreendimentos são comprovadamente viáveis, estão prontos para implementação, e a liderança da Fiec e da Faec não tem dúvida de que, ao serem apresentados ao governador Elmano de Freitas – o que acontecerá até o fim deste mês – ganharão dele a adesão do governo, e esta é a aposta de Salmito Filho, secretário do Desenvolvimento Econômico do governo.

Grandes, médios e pequenos empresários da agropecuária e da indústria do Ceará poderão multiplicar sua produção, sua produtividade e seu lucro; poderão criar milhares de novos empregos diretos nas fábricas e nas fazendas agrícolas e pecuárias; poderão absorver novas tecnologia; poderão inovar no que fazem; e poderão ter colaboradores mais bem educados e treinados – tudo isto graças à parceria tripartite que se desenha para o curtíssimo prazo da economia do Ceará, cujo barco parece navegar com vento em popa, soprado pelos seus líderes públicos e privados.