Há um claro lobby político movimentando-se dentro do Palácio do Planalto com o objetivo de tirar da presidência da Petrobras o engenheiro e ex-senador Jean Paul Prates, que é especialista em petróleo.
Esse lobby tem origem no alto comando do Partido dos Trabalhadores (PT) e em gabinetes do Palácio do Planalto, que desejam não apenas influir nas decisões da diretoria da Petrobras, mas indicar diretores.
Para isso, o Conselho de Administração da estatal já aprovou mudança do seu estatuto, reabrindo a possibilidade de indicação de diretores da empresa pelos partidos políticos da base de sustentação do governo no Parlamento.
Uma experiência semelhante resultou num escândalo que deu à Petrobras um prejuízo de algumas centenas de bilhões de reais. Errar é humano, mas insistir no erro é diabólico.
Esse lobby está ganhando espaço até junto ao presidente Lula, que, nesta semana, durante uma entrevista em Dubai, nos Emirados Árabes, disse que a cabeça de Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobras, “é muito fértil”, referindo-se à ideia de ser aberta em Ryad, na Arábia Saudita, uma empresa em parceria com o governo local para a produção de fertilizantes.
Lula ainda acrescentou que precisa estudar direito a proposta de Jean Paul Prates.
As palavras de Lula foram analisadas como um sinal de que Jean Paul Prates pode mesmo vir a ser demitido da Petrobras, e que o nome mais cotado para substitui-lo é o do ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia.
O presidente Lula pretende, em janeiro, reformar seu ministério de 37 pastas para acomodar melhor e com mais segurança a sua base na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A presidência e as diretorias da Petrobras – que têm os melhores e os mais altos salários do país – entrarão nessa reforma.