Chapada do Apodi, com solo rico e água, está plantando trigo

Agrícola Famosa e Alexandre Sales juntaram-se e, como apoio da Embrapa, iniciaram o cultivo em área piloto de 5 hectares, que será multiplicada por 100 no próximo ano. A colheita será dentro de 75 dias.

Na Chapada do Apodi, já se produzem frutas, para os mercados interno brasileiro e para exportação, e sorgo, capim e palma forrageira para o consumo do rebanho bovino leiteiro do Ceará, cuja produção, mesmo nos anos recentes de seca, tem crescido em ritmo de frevo graças ao que a tecnologia tem de melhor. 

O solo rico dessa região, sob o qual há um oceano de água doce que irriga sua agricultura, está vendo iniciar-se, também, o que será o maior projeto da cotonicultura do Ceará, a respeito do que esta coluna já falou em três oportunidades. 

Agora, surge na Chapada do Apodi mais uma novidade comprovadora da aptidão agrícola do seu chão. 

Fruto da associação de interesses da Agrícola Famosa – maior produtora e exportadora nacional de melão – e do empresário Alexandre Sales, sócio majoritário do Grupo Santa Lúcia, que retomou sua atividade industrial na área de moagem de trigo e de fabricação de massas e biscoitos – implementa-se um empreendimento que poderá consolidar a agricultura cearense como um grande negócio. 

Os dois sócios iniciaram na semana passada, na fazenda Macacos, na afortunada geografia de Limoeiro do Norte, em área piloto de cinco hectares, um projeto de produção de trigo. 

Para isso, chamaram a Embrapa e a Biotrigo, que lhes forneceram, respectivamente, as sementes BR-264 e Tbio Aton, cuja plantação prosseguirá ao longo desta semana. 

Dentro de 75 dias, segundo estimam os técnicos da Embrapa, o trigo será colhido. 

A expectativa da dupla empreendedora é de que sejam colhidas seis toneladas por hectare, uma produtividade extraordinária. 
Se tudo se confirmar, como apostam os envolvidos no emprendimento, a área de produção será multiplicada por 100. 

Alexandre Sales e os especialistas da Embrapa e da Tbio Aton que prestam assessoria ao projeto não têm dúvidas de que a Chapada do Apodi tem solo e clima próprios para o desenvolvimento daquelas duas variedades de sementes de trigo. 

Quando Pedro Alvares Cabral disse, em 1500, que, no Brasil, “em se plantando, tudo dá”, não havia ainda descoberto as virtudes da Chapado do Apodi. 

LATICÍNIOS

Produtor de queijos, incluindo os de cabra, o agropecuarista José Antunes, recém eleito presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Ceará, manda dizer de Mulungu, no Maciço de Baturité, onde cumpre o isolamento social: 

Ele e seus diretores, “uma garotada que representa as diferentes regiões produtoras do Estado”, já estão buscando o fortalecimento – desde a porteira das fazendas até as gôndolas dos supermercados” – de toda a cadeia produtiva do leite, focando nas 17 empresas associadas, “que serão 30 quando nosso mandato terminar”. 

Para isso, procurarão logo a Secretaria Executiva do Agronegócio da Sedet.

SOLIDARIEDADE

Lauro Fiúza, fundador da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica) e empresário pioneiro do setor no País, criou, com sua mulher Beatriz, o Instituto que leva o nome de ambos. 

Ele atua em bairros de Fortaleza com baixo IDH. Atende a 630 crianças, adolescentes jovens reconhecidamente pobres. 

Nesta pandemia, o Instituto Beatriz e Lauro Fiúza estendeu essa ajuda, que chega agora a 424 famílias com cestas básicas e kits de limpeza e higiene pessoal. 

Solidariedade é isso aí.

DIFERENÇAS

Assistência técnica, na atividade agrícola, é a transmissão de conhecimento - por profissionais capacitados - para o produtor rural, isoladamente ou em grupo. 

E a insistência técnica? 

Responde Nivaldo Michetti, um experimentado pecuarista com fazendas no Paraná e no Mato Grosso do Sul: 

“É quando o alvo da assistência desdenha das recomendações do técnico profissional e, simplesmente, não as obedece”. 

E a desistência técnica, quando acontece? 

Michetti explica: 

“Acontece quando o técnico simplesmente desiste do seu trabalho por exclusiva culpa do desinteressado produtor”. 

O próprio Michetti acrescenta: “Mas há, ainda, a ‘vendência técnica’, que se dá quando o técnico tenta obrigar o produtor a comprar tudo o que é lançado no mercado, para que ele cumpra suas metas”. 

Com meio século de experiência, Nivaldo Michetti conclui: 

“Para nossa felicidade, o produtor rural, hoje, não cai mais em conto de fadas. Ele seleciona o tipo de técnico quer ver em sua propriedade”.   

UNIFOR

Alunos e ex-alunos da Unifor ainda celebram a notícia de que o The Young University Ranking, da instituição britânica Times Higher Education (THE) incluiu a Universidade de Fortaleza (Unifor) entre as melhores do mundo com mais de 50 anos de atividade. 

A Unifor, que ficou em segundo lugar entre as 10 brasileiras do ranking, é a única universidade particular do Brasil a integrar a lista. 

“Isto nos enche de orgulho”, diz, feliz, o empresário Honório Pinheiro, ex-presidente da CDL, FCDL e CNDL, ex-aluno da Unifor. 

BOA AJUDA

Nesta semana, a Câmara dos Deputados votará projeto-de-lei de autoria do deputado cearense Mauro Benevides Filho (PDT), que, se aprovado, liberará R$ 177 bilhões para o Tesouro Nacional. 

A tendência é de aprovação, mas com certeza algum oposicionista tentará incluir um jaboti nessa proposta, saudada com entusiasmo pela equipe do ministro Paulo Guedes. 

Será um reforço e tanto ao caixa deficitário do governo neste momento de combate à pandemia do novo coronavírus..