Bom aviso caiu do céu para a agricultura do Ceará

Uma chuva registrada ontem em Quixeramobim, no Sertão Central, alegrou o agricultor. E mais: a Rede Uniforça, de supermercados de bairro, participará da Black Friday

Choveu ontem em Quixeramobim. A chuva caiu menos de 48 horas depois que três meteorologistas convidados pela Faec – a Federação da Agricultura do Ceará – anunciaram em Tauá, no sábado passado, 23, que o Ceará e o Nordeste terão, em 2025, chuvas na média ou acima da média histórica.

O evento chuvoso registrado em Quixeramobim parece ter algo a ver com aquela previsão – foi uma precipitação leve e passageira que costuma registrar-se nesta época do ano, quando se inicia a chamada pré-estação chuvosa, que se acentua ao longo do mês de dezembro (ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu sinal de alerta de chuva forte em municípios da região Sul do Ceará).

A ciência existe para prover de dados e informações os que, no governo ou fora dele, têm a responsabilidade de adotar medidas que orientem o setor produtivo a fazer investimento na melhor janela de oportunidade.

O Ceará é um estado 100% dependente das chuvas. Quando elas caem, os rios, que estavam secos, voltam a correr e suas águas são barradas por açudes de todos os tamanhos. Quando há uma estação chuvosa acima da média, os reservatórios públicos e privados – grandes, médios ou pequenos – enchem e vertem, e aí toda a capacidade de reservação do estado do Ceará alcança seu pico, semelhante a um oceano de 18 bilhões de metros cúbicos de água doce.

Esse extraordinário volume, que representa a metade do que pode acumular, sozinha, a barragem de Sobradinho (PE), é a água de que dispõe o Ceará para todas as suas finalidades:

Para o consumo humano e, também, para as atividades econômicas, entre elas a indústria (fábricas de cerveja, por exemplo), a agrícola (fruticultura, carcinicultura, tilapicultura, cotonicultura, sojicultura etc) e a pecuária (dessedentação do rebanho bovino leiteiro e de corte e cultivo e silagem de volumosos, como sorgo, milho, capim e palma, por exemplo), sem esquecer o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, onde se implantarão as grandes unidades industriais que produzirão o hidrogênio verde na geografia da Zona para Processamento de Exportação (ZPE). 

O Projeto São Francisco de Integração de Bacias foi concebido e ainda está sendo construído com o objetivo de garantir a oferta de água para 12 milhões de pessoas que habitam o semiárido do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Seus canais Leste (na direção de PE e PB) e Norte (na direção do CE, PB e RN) foram concluídos e operam (o Leste ao longo de todo o ano; o Norte nas épocas de chuva) com custo elevado de energia elétrica usada por suas estações elevatórias, e este é problema ainda não solucionado.

Não tem a região Nordeste – como têm os EUA – as montanhas que ficam nevadas no inverno e degelam no estio, garantindo a oferta de água para toda a Califórnia, um estado vocacionado para a agricultura de alta performance, como é a do Brasil.

Por isto mesmo, o governo do Ceará, pressionado pela extrema necessidade, organizou-se, desde 1987, para não só represar toda a água das chuvas, mas para distribui-la de modo a atender, com eficiência, as áreas mais carentes de sua geografia.

O Eixão das Águas (que liga a barragem do Castanhão à Região Metropolitana de Fortaleza), há muito tempo concluído, e o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), em construção com a ajuda do governo da União, são dois projetos que põem este estado no protagonismo do esforço público pelo melhor aproveitamento dos seus escassos recursos hídricos.

Esse esforço, iniciado no terço final do século passado – quando Tasso Jereissati cumpria seu primeiro mandato de governador – prossegue hoje e prosseguirá enquanto for necessária a ação estatal para garantir o abastecimento de água à sua população e ao seu desenvolvimento econômico.

Como as previsões da ciência – vale repetir – apontam para uma estação de chuvas na média ou acima da média, o setor produtivo do Ceará, principalmente o da agropecuária, move-se no sentido de planejar seus investimentos, e esta coluna mira os setores dinâmicos da economia primária cearense – a pecuária de leite, o cultivo do algodão, soja, milho e sorgo e a fruticultura, além da horticultura que avança na Ibiapaba e no Cariri graças à tecnologia da cultura protegida (sob estufas).

Este é o Ceará moderno que cresce no campo, onde, porém, falta mão de obra para que esse crescimento seja maior e mais rápido.

Deve ser repetido: o melhor do Ceará é o cearense.

UNIFORÇA MOBILIZA SUPERMERCADOS DE BAIRRO PARA A BLACK FRIDAY

Informa a Rede Uniforça: os supermercados de bairro a ela filiados participarão da Black Friday deste ano com descontos de até 63% em diversas categorias de produtos, como frios, bebidas, bazar, frigorífico, limpeza, mercearia doce e salgada, e perfumarias.

A média de descontos – adianta a Uniforça – será de 36% em todas as unidades associadasde. O objetivo da promoção será atrair consumidores de diferentes segmentos do varejo.

A iniciativa ocorrerá em um momento de crescimento da rede, que registrou um aumento de 4,9% no faturamento anual, que alcançou R$ 3,28 bilhões. Esse incremento foi impulsionado por novas lojas e pelo bom desempenho de categorias como bebidas e mercearia.

Ao decidir participar da Black Friday, a Rede Uniforça reforça sua estratégia de manter sua competitividade no mercado local e de fidelizar seus clientes.