Chamem a Nasa para que seus cientistas possam atestar que o melhor do Ceará é mesmo o cearense.
Reparem: uma startup de mobilidade aérea com sede em Fortaleza, a Vertical Connect, e o IFCE juntaram-se e construíram em tempo recorde o protótipo de um automóvel voador totalmente elétrico.
A multinacional brasileira Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, está há três anos empenhada no desenvolvimento de um projeto semelhante, para o que criou uma subsidiária, a Eve, que celebrou parcerias técnicas e científicas com empresas de tecnologia de vários países, inclusive da Austrália, no outro lado do planeta.
Entre as parcerias acertadas pela Embraer, algumas já objetivam providências que vão além da fabricação do automóvel voador, pois tratam da mudança das regulamentações da mobilidade urbana, incluindo a construção de vertiportos cuja operação será simples e cujos espaços serão menores do que os que hoje ocupam os helipontos (para pouso e decolagem de helicópteros).
A Vertical Connect é cearense, terá sua fábrica no Ceará, mas seu escritório comercial, claro, será instalado em São Paulo, onde está o maior mercado consumidor da América Latina e onde haverá a duríssima concorrência com o produto da Embraer e de seus parceiros mundiais.
O carro voador elétrico cearense transportará duas pessoas, metade da capacidade dos eVTOL da Embraer, que poderá levar até quatro passageiros.
A startup cearense e seu parceiro IFCE já cuidam, também, da formação dos pilotos dos seus eVTOL, cujo protótipo recebeu – provavelmente inspirado em Erlon Musk, inventor da Space-X – o sugestivo nome em inglês de Genesis X-1.
Como o futuro próximo descartará os combustíveis fósseis, o automóvel voador cearense será 100% elétrico, para o que terá um conjunto de baterias que lhe dará uma autonomia de 60 minutos de voo. É pouco, mas o avanço da tecnologia logo permitirá a ampliação dessa autonomia.
Ao fazer o registro desta boa e ousada novidade, esta coluna deseja destacar a inteligência do cearense, provada e comprovada pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, cujos exames vestibulares têm os candidatos do Ceará sempre entre os primeiros colocados.
Quando a Boeing comprou a Embraer – negócio que só durou cinco anos para gáudio dos brasileiros – a mídia noticiou que o que levou a empresa norte-americana a fechar o negócio foi a qualidade dos engenheiros da empresa brasileira, todos eles formados pelo ITA, a maioria dos quais cearenses.
É o caso da Vertical Connect. São jovens empreendedores cearenses que tiveram a ideia de um VTOL desenvolvido aqui, fabricado aqui, dando emprego aqui, mas comercializado no endereço correto: São Paulo, no Sudeste maravilha. A presença do IFCE no desenvolvimento desse projeto é a certeza de que suas dificuldades científicas e tecnológicas terão soluções adequadas e rápidas.
O empresário Beto Studart e sua Fundação BS agregaram-se ao esforço da Vertical Connect e do IFCE, e será lá no moderno e inovador edifício BS que o protótipo do Genesis X-1 será apresentado ao público amanhã, quinta-feira, 21, às 10 horas.
Os que comparecerem ao evento não verão o eVTOL cearense em tamanho natural, mas terão uma perfeita ideia de como ele voará sobre os centros urbanos daqui e de outras cidades do Brasil e do mundo, algo que preocupa não só os prefeitos e as populações dessas urbes, mas, principalmente, as autoridades responsáveis pelo controle do tráfego aéreo.
Por enquanto, sobre o assunto, o que existem são providências das casas legislativas dos países mais desenvolvidos, que já elaboram os regramentos para a operação da frota dos já denominados automóveis voadores.
A Vertical Connect e o IFCE acompanham com atenção o que se passa nessa nova área do conhecimento humano e da atividade econômica.