Açude Pacajus sangra, mas antes manda água para o Pacoti

Acumulando 100% de sua capacidade de 240 milhões de m³ de água, o açude Pacajus, que integra o sistema de reservatórios que abastecem Fortaleza e sua Região Metropolitana, começou a verter na manhã desta segunda-feira, 8. Toda a água vertida pelo Pacajus está sendo encaminhada para o mar, na foz do rio Choró, em Barra Nova, no município de Cascavel, no Litoral Leste do Ceará, segundo informaram empresários do agro.

A Secretaria de Recursos Hídricos, todavia, acaba de desautorizar a informação que foi transmitida por empresários da agropecuária reunidos hoje. De acordo com a SRH, desde novembro do ano passado estão sendo bombeados do Pacajus para o Pacoti 4 m³/s, quase a metade do consumo de Fortaleza..

Nesta segunda-feira, empresários cearenses da agropecuária reuniram-se para pedir uma imediata providência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) no sentido de que faça o bombeamento das águas do Pacajus para o açude Pacoti. Os empresários estão desinformados: essa providência a Cogerh já adota há cinco meses.

Diante da pronta explicação da SRH, a constatação é de que não há desperdício: a água que é vertida é o excesso do volume represado pelo Pacajus.

O bombeamento é feito por meio de um canal a céu aberto que liga os dois açudes.

Os empresários do agro consideram que toda a água que cair da chuva deve ser aproveitada e nunca despejada no oceano. É exatamente o que a Cogerh vem fazendo.

O presidente Fórum de Comitês de Bacias do Ceará, Aridiano Oliveira, presente à reunião dos empresários da agropecuária, estava também desinformado, pois disse aos empresários que pediria à SRH providências para o bombeamento das águas do Pacajus para o Pacoti. Pedido dispensável pelos motivos já expostos.