Coaching de carreira: o que é, qual o objetivo e o que é importante saber

Você deve estar acompanhando a polêmica que envolve a atuação do coach! Muitas dúvidas rondam esta prática: é autoajuda? É psicologia? Meditação? Regressão? É enganação? Positividade tóxica? 

Bem, eu apoio o que é certo em qualquer profissão. Que o psicólogo, o médico, o advogado, o numerólogo, enfim, que qualquer profissional exerça com ética e transparência suas atividades, e em defesa disso, decidi escrever este post! 

Especula-se muito sobre o processo que garante prosperidade e sucesso em todas as áreas da vida. Alcançar metas, ultrapassar barreiras, quebrar crenças e ter alto desempenho é o alvo de muitos. Mas, o que é importante saber?
 

Milhares de pessoas buscam informações sobre cursos, formações e profissionais que possam “garantir” o alcance dos seus sonhos, objetivos de vida ou ainda que consigam mostrar o caminho para a alta performance. O mercado está repleto de pseudoprofissionais que prometem ser a solução de todos os problemas e anseios. Quem nunca ouviu a frase: “a resposta está dentro de você”?

Somos seres diferentes e cada um tem suas crenças e sabotadores. O empoderamento pessoal nem sempre existe e, neste caso, buscar essas respostas, como se fosse algo fácil e indolor, pode se tornar um fardo pesado demais. Alguns dilemas e situações devem ser levados para um processo de terapia, por exemplo. 

Nos últimos três anos, atendi cento e vinte líderes em processos individuais de coaching executivo, com tempo médio de quatro meses. Vinte por cento desses executivos foram encaminhados para psicólogos parceiros. Identifiquei, na maioria, traços de ansiedade. Um profissional sério entende quando não é de sua competência continuar com o processo. 

O que é coaching? 

Gallwey (1972), no livro “The Inner Game of Tennis” (O Jogo Interior do Tênis), apresentou ao mundo o processo de coaching, adaptado ao ambiente corporativo com base no que aprendeu como técnico de tênis ao desenvolver uma maneira inovadora de ensinar atletas a aprender. 

Ele propõe no livro que todos nós já possuímos boa parte das habilidades que desejamos ter, mas, muitas vezes, precisamos de alguém para apoiar o florescimento delas. 

Coaching, em sua essência, trabalha com metas claras, com foco nos objetivos do coachee (cliente), tratando-o como um ser integral. Em um ambiente dialógico, com a aplicação da maiêutica (método socrático), planos de ação são gerados pelo coachee durante a sessão. O coach é um facilitador, um apoiador, um “cúmplice” do cliente na conquista de seus objetivos. Apoia o cliente na avaliação do seu Estado Atual para o alcance do seu Estado Desejado. 

O que existe por aí? 

Atendi em meu escritório executivos, diretores e empresários que, muitas vezes, afirmam ter participado de “Processos de Coaching” que utilizaram numerologia, dinâmica de relaxamento, regressão ou hipnose. Para muitas escolas de formação, estas práticas não estão alinhadas à essência do processo proposto com Tim Gallwey.

Particularmente, acredito que cada prática tem a sua importância, eficácia e objetivo específico, mas, tratar tudo como “coaching”, além de banalizar o processo, abre espaço aos “caroneiros”, que enxergam nesse nicho uma grande oportunidade de negócio. 

Quando o cliente traz a sua experiência e a denomina como coaching, não entro em discussão sobre “quem tem razão”. Sinto-me na obrigação de esclarecer as premissas que norteiam o meu trabalho. Faço uma abertura com um momento que denomino de Coaching Education, que visa a esclarecer o processo, responder dúvidas e identificar se o cliente realmente necessita desse serviço. 

Não concordo com campanhas que, em protesto, colocam todos os profissionais no mesmo “saco”. Muitas vezes, senti-me ofendida, mesmo sendo consciente do meu profissionalismo no exercício do meu trabalho. Acho injusto e imprudente, mas concordo que a prática do Coaching precisa ser regulamentada. Com isso, teremos regras mais claras e profissionais mais preparados. 

Quais são os cuidados ao contratar um processo

Pesquise, investigue e solicite referências. Não compartilhe sua meta com um profissional que não seja devidamente habilitado e experiente. A busca responsável e criteriosa de um profissional competente inibe a prática antiética e, além disso, garante que os resultados almejados por você sejam bem encaminhados. Afinal, a materialização deles dependerá da sua ação efetiva. Coaching não obra milagres! 

Lembre-se: 

  • O processo de coaching não se aplica a todos. Você precisa estar disposto(a) a protagonizar o seu processo e se responsabilizar pelos objetivos que almeja. 
  • Algumas competências são importantes para o(a) Coach: respeito pelo ser humano; empatia; gentileza; interesse genuíno pelo outro; conhecimento técnico; experiência; e conhecer os limites da sua prática.
  • Coaching, definitivamente, é diferente de psicologia. As duas práticas não são iguais, são complementares. 
  • Fórmulas mágicas não funcionam. O caminho mais fácil, por vezes, camufla questões que são vitais para o verdadeiro desenvolvimento.  

Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre os assuntos. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu Instagram: @delaniasantoscoach.

Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima! 

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.