"Essa peça é uma tartaruga chamada Clarinha", diz o artista plástico Carlos Careca, de 63 anos, em uma manhã de sol da Praia de Iracema enquanto aponta para uma estrutura feita de areia, côco e garrafas entre o calçadão e o mar. "Quando você terminar o côco, coloque lá que a sua energia vai para a minha tartaruga", diz, enquanto tomo uma água de côco na orla.
Durante a manhã, ele pega dois regadores e os enche repetidas vezes com a água do mar para umidificar a estrutura, que diz estar construindo há pelo menos dez dias para chamar a atenção de todos para a emergência climática que tem provocado ondas de calor e desastres por mares e florestas.
"A história dessa tartaruga é o respeito que precisamos ter pelo meio ambiente, pela natureza e pelo oceano. Tem muita tartaruga que come plástico. Come o saquinho do canudo. Manca!", diz.
Todos os dias, Careca faz algum desenho com areia molhada ao redor dela. "É uma informação visual para drone", afirma o artista plástico local, que diz viver desde sempre na Praia de Iracema. Para ele, dedicar horas e horas para entrar e sair do mar enquanto cria imagens na areia é uma forma de se divertir e de chamar atenção para uma causa séria, embora muitas vezes isso não seja compreendido pelas pessoas.
"Faço isso por respeito e amor ao meio ambiente. Não tem outro planeja fora esse que a gente tenha oxigênio para respirar. Precisamos cuidar do planeta".