Um jogo que se desenhava para uma vitória tranquila e incontestável se transformou em uma partida maluca, cheia de reviravoltas e com drama e tensão até o final. A vitória do Fortaleza por 2 a 1 sobre a Chapecoense, na noite deste sábado (16), poderia, sim, ser obtida de forma menos dramática. O próprio Tricolor complicou o cenário (e a arbitragem também, é verdade, e falaremos sobre isso).
Antes, é preciso destacar. O Fortaleza segue fazendo história no Campeonato Brasileiro. Esta é a 27ª rodada do Brasileirão. O Fortaleza já disputou 71% do campeonato. E segue em 3º, atrás apenas de Atlético-MG e Flamengo, os dois melhores elencos do Brasil e que têm investimentos milionários e incomparáveis. A campanha é histórica, espetacular e gigante demais.
Com o detalhe: não perde a 3ª colocação neste fim de semana e segue como o time que mais rodadas esteve no G-4 do campeonato.
Agora, vamos falar sobre o jogo
O primeiro tempo foi de absoluto domínio do time de Juan Pablo Vojvoda. Aos 13 minutos, o Fortaleza já vencia por 1 a 0, com gol de Bruno Melo, e teve outras chances de ampliar o placar. Teve seis finalizações neste período, incluindo um gol anulado de Yago Pikachu. Era o time que ditava o ritmo do jogo.
E não sentia o peso das ausências. Mesmo sem Robson, Titi, Ederson e Lucas Crispim, o padrão de atuação foi o mesmo. Com 40 minutos, o Tricolor totalizou 10 finalizações, enquanto o time da casa não havia concluído nenhuma jogada. A Chape simplesmente não conseguia ficar com a bola e nem trocar passes. Era um time sufocado.
O problema é que o Fortaleza não aproveitou esse volume para liquidar a fatura, que era o que deveria ter feito. Deixou o adversário vivo. E a Chape voltou pro jogo após o erro grotesco de Marcelo Benevenuto, no fim da etapa inicial, em que Rodriguinho empatou. Até ali, o jogo estava totalmente controlado.
Tempos distintos
Depois deste lance, o jogo mudou. O segundo tempo foi completamente diferente. A Chape cresceu, o Fortaleza não conseguiu se impor com a mesma facilidade da etapa inicial e quase levou a virada. A arbitragem foi confusa e com erros, é fato, mas muita coisa poderia ter sido evitadada se o Fortaleza tivesse matado o jogo na etapa inicial.
Para este colunista, é verdade que a arbitragem também teve sua parcela de contribuição. Dois erros claros contra o Fortaleza: Jordan era para ter sido expulso pela entrada duríssima em Ángelo Henríquez e o gol anulado de Bruno Melo por conta de Tinga é um absurdo.
Felizmente para os tricolores, o VAR Pablo Ramon Goncalves Pinheiro salvou o árbitro de campo Zandick Gondim Alves Junior ao sinalizar o pênalti pela bola no braço de Moisés Ribeiro. Seria um erro grotesco e enorme contra o Tricolor.
Pikachu decretou uma importante vitória, mas que deixa uma importante lição: não pode deixar o adversário vivo quando se tem nas mãos a chance de liquidar a fatura, mesmo que esse oponente seja o lanterna já praticamente rebaixado e pior time da competição.
Em outra circunstância, isso pode custar caro.