Fortaleza e Ceará chegam à final do Campeonato Cearense em realidades diferentes. O Tricolor tem um trabalho promissor em estágio inicial e o Alvinegro um trabalho eficiente e consolidado de mais de um ano. Um dos dois times sairá do Castelão perdedor neste domingo (23). A perda de um título para o maior rival pode acarretar consequências severas, mas afirmo aos torcedores mais passionais e radicais antes mesmo de saber quem é o perdedor: não há motivo para terra arrasada com nenhum dos times.
Importante destacar logo de início: não significa que o time Campeão está perfeito e nem que o perdedor está horrível. Os dois precisam de ajustes pontuais para o principal objetivo da temporada: a Série A do Campeonato Brasileiro.
Eis meu raciocínio
O Fortaleza passa por um processo de início de trabalho de Juan Pablo Vojvoda. São apenas quatro jogos, mas já há o começo de implementação de uma mentalidade ofensiva (com 20 gols marcados), com inovação, variações táticas e uma nova cultura que se mostra bem interessante.
Não há motivo para imaginar que uma derrota para o Ceará deva colocar mais pressão ou algo do tipo.
O mesmo vale para o Alvinegro. Guto Ferreira tem um trabalho consolidado e com bons resultados, com uma equipe que apresenta identidade bem definida e que já obteve conquistas na última temporada, e também apresenta bom desempenho na atual temporada, chegando na final da Copa do Nordeste, na decisão do Estadual e liderando o Grupo C na Copa Sul-Americana.
Não há motivo para imaginar que uma derrota para o Fortaleza deva colocar mais pressão ou algo do tipo.
Novamente: o principal objetivo dos dois times na temporada é o Brasileirão. É claro, óbvio e evidente que todos querem ser campeões. Numa final contra o maior rival, ninguém quer perder. Mas um lado será derrotado.
E esse lado não pode achar que mudanças bruscas devem ser feitas unicamente por conta deste resultado.
Ajustes devem ser feitos, dos dois lados, independente de quem fique em 1º ou 2º lugar. Da mesma forma que não há terra arrasada. De nenhum lado, independente de quem fique em 1º ou 2º lugar.