Como a minha coluna anterior, com o mesmo tema, envolveu muita gente e muitas reações, o que, diga-se de passagem, adorei, resolvi fazer a PARTE 2 do tema.
Várias situações ocorreram. Vamos ver?
1. "Ana, isso não existe, porque não consigo nem pensar no almoço de hoje e você quer que eu pense na comida de amanhã?"
Ao que eu respondo: o que te faz pensar que terá comida amanhã se não pensar nisso. Pois teremos que arrumar comida para hoje e amanhã também, pois assim pelo menos uma noite você dorme tranquila.
Ainda que pareça uma resposta simples e óbvia, na verdade, o que precisamos pensar são formas de conseguirmos ter ações que nos ajudem não só a resolver o dia de hoje, mas também um pouco do futuro.
Para isso, precisamos ter clareza sobre nossa situação atual e ter coragem de encarar suas dívidas, pois só assim, conseguimos começar a resolvê-las.
E isso me leva a segunda situação:
2. "Ana, tenho uma pessoa próxima a mim que está endividada, mas ela não me escuta. E continua sofrendo com isso e eu também sofro ao vê-la assim".
Entendo perfeitamente esta dor. Nunca queremos ver pessoas que amamos sofrendo e, por isso, tentamos orientar, ajudar com base na nossa experiência. Porém, algo que aprendi a duras penas pela vida é que, nos relacionamentos humanos, todos nós somos diferentes. Pensamos de forma diferente, entendemos o mundo de forma diferente, agimos de forma diferente. E temos que respeitar isso.
Portanto, eu diria: Você pode se preocupar e tentar continuar a orientar sobre o que deveria ser feito, sobre reduzir gastos, sobre trocar tipos de despesas, sobre buscar complemento de renda, mas nunca, jamais, sofra por isso. Cada pessoa tem sua jornada nesta vida e cabe a ela, somente a ela, fazer e se responsabilizar por suas escolhas. Esta pessoa tem sorte de ter você.
3. "Ana, quer dizer que com R$ 30,00 já posso economizar? Mas é muito pouco, não vai fazer diferença nenhuma na minha vida".
Para esta questão, eu pergunto: há quantos anos você não guarda nada do seu dinheiro? Se hoje está em uma situação difícil, há quanto tempo vem se enrolando?
Segundo a Pesquisa “Pulso 2023” da Ipsos, 61% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro, e, curiosamente, 60% demonstram otimismo em relação ao seu futuro financeiro.
Digamos que você esteja nesta estatística e digamos que você não guarda dinheiro há 10 anos. Se você guardasse apenas R$30,00 por mês, teria hoje, para ajudar na sua situação R$3.800,00 sem juros.
O reticente poderá dizer ainda, mas é muito pouco em tanto tempo. Sim, mas o importante é que você começa com R$ 30,00 e depois consegue, devido ao hábito de poupar, aumentar este valor aos poucos. Assim que uma boa reserva se forma ao longo da vida. Se não fez isso por você, faça pelo seu filho, por exemplo.
Enfim, sempre teremos justificativas que nos ajudam a explicar, pelo menos para nós mesmos, o motivo de não estarmos bem financeiramente.
Mas, da mesma forma, existem aqueles que fazem as pequenas mudanças no dia a dia financeiro de suas vidas e, conforme outros relatos, hoje se encontram mais felizes e equilibrados emocionalmente, devido à melhoria financeira. Como foi relatado por uma ouvinte em nosso último programa da TV Diário que muito me emocionou.
De que lado você quer estar? A escolha é sua. Sempre.
Pensem nisso! Até a próxima.
Ana Alves
@anima.consult
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Economista, Consultora, Professora e Palestrante