Você já se pegou preocupado com suas finanças? Já teve dificuldades de dormir, pensando nos boletos e no cartão de crédito? Já percebeu que muitos amigos estão endividados ou com pelo menos 1 dívida em atraso?
Você não é o único. Muito pelo contrário. De acordo com um levantamento realizado pela consultoria EY-Parthenon, 82% dos brasileiros estão preocupados com suas finanças, o que é maior do que a média global de 80%.
Essa pesquisa foi conduzida em 27 países e entrevistou mais de 21 mil pessoas. Esses resultados indicam que os brasileiros estão mais cautelosos com seus gastos e estão mudando seus hábitos de consumo.
Segundo a pesquisa, principalmente após a pandemia, as pessoas estão mais cautelosas com os suprimentos, pensam e analisam mais os preços antes de fazer suas compras, entendem ou buscam entender um pouco mais sobre inflação e ficam preocupadas com os impactos que uma guerra do outro lado do atlântico pode afetar suas vidas.
Isso mesmo. Todos os acontecimentos mundiais e no Brasil acabam por afetar diretamente o hábito de consumo do brasileiro. De acordo com Natália Sperati, sócia de estratégia da EY-Parthenon para varejo e bens de consumo na América Latina, há um ponto importante que explica o atual momento no Brasil. Apesar do cenário macroeconômico aparentemente positivo, com uma baixa taxa básica de juros (Selic) e uma melhora na inflação, ainda existe uma alta taxa de endividamento e um aumento da inadimplência.
Essa situação de endividamento e inadimplência coloca uma pressão sobre o consumidor, levando-o a adotar medidas práticas na hora das compras. Isso inclui a redução de gastos em itens não essenciais e a busca por vantagens oferecidas pelos varejistas, como melhores custo-benefício, promoções e outras opções.
Essas pressões constantes fazem com que, de fato, as pessoas mudem suas prioridades de compra. De acordo com o levantamento, por exemplo:
- 54% dos brasileiros já passaram a cortar itens não essenciais das despesas;
- 45% estão experimentando novas marcas (e mais baratas) para reduzir custos;
- 94% estão tentando diminuir ou acabar com o desperdício de comida.
Com isso, devemos ficar atentos, pois o próprio mercado passa a oferecer produtos mais baratos, porém, muitas vezes, com qualidade inferior. Muitas vezes usam “marcas próprias”, ou alteram a composição de alguns produtos, como leite e mistura láctea.
Entre os consumidores que optaram por substituir produtos de marcas conhecidas por outros de marcas próprias, menos populares e/ou mais baratas:
- 59% dizem que as marcas próprias estão ajudando a economizar dinheiro;
- 63% afirmam que as marcas próprias estão satisfazendo suas necessidades tão bem quanto os produtos de marca;
- 66% relatam que veem marcas próprias sendo colocadas na altura dos olhos nas prateleiras das lojas.
Temos percebido tudo isso na busca de muitas pessoas por entender como funciona a Economia, o que é inflação, como sair do endividamento, quais os riscos do cartão de crédito. E esse, sim, é o ponto positivo encontrado. Muitas pessoas, agora, cientes de suas limitações temporárias, acabam por buscar pelo conhecimento para mudar o destino de suas vidas financeiras.
E sim. Esse é o caminho. A Educação Financeira é presente e necessária na vida de todos nós. Saber utilizar o dinheiro de forma consciente é saber viver com mais tranquilidade e equilíbrio.
Portanto, se você está nesta situação de endividamento, não desista. Acredite que de fato é possível conseguir ter uma vida menos angustiante. Busque ajuda.
Pensem nisso! Até a próxima.
Ana Alves
@anima.consult
Economista, Consultora, Professora e Palestrante
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.