A economia Brasileira, sob a ótica do PIB, nos últimos 5 anos, apresentou crescimento médio de apenas 1%. Entre os setores, o que mais se destacou foi a Agropecuária, que na média do mesmo período, registrou considerável avanço de 3,9%.
O agronegócio, que além do setor Agropecuária, contempla atividades de outros setores econômicos, é atualmente a mola-mestra do crescimento do Brasil.
Embora com números positivos no agronegócio, vale dizer que os produtores são impactados por diversos eventos, que repercutem em elevada volatilidade dos preços no mercado nacional e internacional, reflexo de crises geopolíticas, econômicas e sanitárias.
Neste cenário desafiador, na seara dos investimentos, os instrumentos financeiros são essenciais para o agronegócio no Brasil, e um deles se destaca pela relevância estratégica para os empreendimentos do agronegócio: os Derivativos.
O QUE SÃO DERIVATIVOS?
Os Derivativos são instrumentos financeiros que têm seus preços ligados a outros ativos, como as commodities. Um dos principais usos dos Derivativos é garantir maior previsibilidade aos produtores.
Segundo Felipe Muniz, operador de Derivativos da XP, “Um produtor rural que busca obter patamares mínimos de preço para suas vendas futuras pode optar pelo uso de Derivativos como um mecanismo de proteção contra variações que fogem do seu controle. O objetivo do uso desse tipo de instrumento é buscar assegurar rentabilidade do negócio, criando mecanismos que mitiguem os riscos de mercado”.
Dessa forma, o produtor rural não precisa mais esperar a colheita de sua safra para saber os frutos monetários de seus investimentos no campo. Segundo Muniz da XP, os instrumentos financeiros nas mesas de renda variável estão ao lado dos produtores para proporcionar previsibilidade, assegurando preços mínimos de vendas futuras que cubram os custos e lhes garantam margens saudáveis.
EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NORDESTINO
De acordo com o Etene/BNB, no documento Informe Macroeconômico as exportações do agronegócio nordestino em 2021 somaram US$ 9,9 bilhões, representando 46,7% do total das vendas regionais, registrando crescimento de 26,4% frente ao ano passado, favorecidas pela alta nos preços internacionais das principais commodities comercializadas.
A balança comercial do agronegócio do Nordeste foi superavitária em US$ 7,5 bilhões, enquanto os demais setores registraram saldo deficitário de US$ 11,5 bilhões.
Ainda segundo Etene/BNB, no Ceará, as exportações do agronegócio em 2021 representaram avançaram 24,9% e representaram 21,7% das vendas externas totais. Os principais itens exportados foram frutas, pescados e couros. No Nordeste, a soja é o principal item das exportações do agronegócio, sendo os estados Bahia, Maranhão e Piauí os principais estados exportadores.
A líder regional da XP Norte/Nordeste, Larissa Falcão ressalta que “O Ceará tem no agronegócio um grande potencial, que já é explorado pelo agricultor, mas certamente poderia ser otimizado com a utilização dos Derivativos. Somente no primeiro trimestre aqui, exportamos mais de U$$ 141,4 milhões, fazendo com que nos tornemos um importante estado no cenário do agronegócio brasileiro. É válido ressaltar a importância da desmistificação do uso dos Derivativos para que produtores e investidores ganhem autonomia na construção de suas estratégias”.
Para o 2022, as exportações do agronegócio devem ser ainda melhores, sobretudo pela evolução nos preços médios e nos volumes de bens exportados.
Apesar de serem ainda pouco utilizados, comparativamente à escala potencial do mercado brasileiro, os Derivativos são instrumentos financeiros essenciais para o agronegócio.
A utilização de Derivativos garante uma melhor gestão dos riscos de mercado para os produtores, o que pode conferir mais previsibilidade financeira na expansão de safras com preços protegidos.
Grande abraço e até a próxima semana!
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.