O Clássico-Rei da final do Campeonato Cearense de 2024 foi uma partida bem tática. Após um empate em 3 a 3 e uma vitória alvinegra por 1 a 0 na temporada, o 1º jogo da decisão terminou empatado sem gols, com muitos embates no meio-campo, poucas chances de gol e muita estratégia.
Assim, as defesas prevaleceram. O Fortaleza apostou na novidade, e o Ceará na manutenção.
3-5-2 x 4-3-3
O técnico argentino Vojvoda surpreendeu na escalação do Fortaleza. Abdicou do 4-3-3 e apostou no 3-5-2, com Titi, Brítez e Kuscevic de zagueiros, além de Bruno Pacheco e Dudu como alas. Deste modo, atacava com mais amplitude, mas também se defendeu com uma linha de 5 bem montada.
A outra novidade foi o meio-campo, com três volantes. O comandante trocou a criatividade pela força física e apostou na intensidade da marcação, deixando Lucero e Moisés alinhados na frente. O desfecho foi um time mais vibrante, com muita posse de bola e volume, mas poucas oportunidades.
Na reta final, com as entradas de Pochettino e Pikachu, retomou o 4-3-3 e abriu espaço pelo meio. Logo, se comportou melhor que nos outros Clássicos-Rei, no entanto, teve baixa produção ofensiva.
No lado alvinegro, o treinador Vagner Mancini escalou a espinha dorsal do Ceará no 4-3-3, com uma mudança: Lucas Mugni na vaga de Guilherme Castilho, lesionado. A diferença então foi o encaixe de marcação, uma vez que o meio-campo do rival estava mais povoado, forçando o jogo pelos lados.
Defensivamente, o time fez uma nova partida sólida pela imposição dos zagueiros e o trabalho dos alas - Aylon, pela esquerda, foi muito sacrificado na marcação. Assim, preencheu os espaços e venceu os embates na grande área. No ataque, insistiu na transição rápida através de Erick Pulga.
Com menos espaço para contra-atacar, diminuiu o volume ofensivo, apesar de concentrar as duas melhores investidas com Erick Pulga e Saulo. Sem muita mobilidade, fez o jogo de baixa exposição.
E no próximo jogo?
O empate deixa tudo em aberto, com mais pressão e expectativa para o 2º jogo da final do Estadual, no próximo sábado (6), às 16h40, na Arena Castelão. Pela necessidade de imposição para garantir o título, a tendência é de uma partida também estudada, todavia, mais riscos devem ser assumidos.
O lateral-direito Tinga deve retornar ao Fortaleza, com sequência do 3-5-2. O Ceará conta com a volta do volante Guilherme Castilho para o 4-3-3. As dúvidas são o meia Calebe, que entrou no Leão e sentiu lesão, e o lateral-esquerdo Matheus Bahia, que iniciou como titular no Vovô e precisou sair.
No intervalo até a finalíssima, o time tricolor tem quarta-feira (3), a estreia na Copa Sul-Americana, às 21h, contra o Sportivo Trinidense-PAR, no Paraguai. Já o Ceará tem a semana cheia de preparação.