Neymar: amarelo por um drible e a chatice do futebol 

Em uma jogada de efeito, o brasileiro foi advertido por "menosprezo" pelo Campeonato Francês

O futebol está ficando chato. É conclusivo que a mudança de regras confunde o torcedor e a tecnologia precisa de ajustes. Mas nada é pior que as barreiras impostas ao criativo. A nova polêmica de Neymar é motivada por um drible, apenas.

Pelo Campeonato Francês, o brasileiro do Paris Saint-Germain (PSG) aplicou uma lambreta no defensor adversário do Montpellier e, pasmem, recebeu um cartão amarelo. A justificativo do árbitro Jérôme Brisard para a punição foi: menosprezo.

Na verdade, a advertência foi porque o juiz tentou questionar o brasileiro, que retrucou o apelo com veemência. Em si, qual a justificativa para qualquer pedido? Neymar é problemático dentro e fora de campo, mimado, abusado, só que não fez nada além de praticar o futebol.

Naquela mesma partida, foi caçado. Encerrou o jogo com uma assistência na vitória por 5 a 0, sábado (1º), e um total de nove faltas sofridas.

E a alegria precisa fazer parte do esporte, principalmente quando se trata de um brasileiro. Independente da eficácia, o ápice de Neymar é a habilidade, fantasia, assim se tornou profissional, ganhou destaque, pressão, fama e uma expectativa que o deixa sempre entre os melhores, com ou sem conquistas para tal.

Dessa vez, Neymar deve ser defendido. Aos 27 anos, está no melhor momento da carreira em uma resposta que só podia ser dentro de campo (após lesões, conflitos com torcida e até acusação de estupro às vésperas da Copa América). Os números, independente de numa esfera da Europa com menor exigência, são expressivos em 2020:

  • 13 jogos
  • 11 gols
  • 08 assistências

Na resposta ao talento, que Neymar siga o exaltando dentro das quatro linhas. O elemento é o que faz do futebol tão popular, por tudo que é possível imaginar nos pés de um artista. No fim, o recado é de cautela. É chegado o momento de deixar de interferir e passar a contemplar. Que Neymar siga em resposta à rigidez pois a burocracia não tem espaço no universo criativo dos gênios.