Análise: Fortaleza é goleado em péssima atuação e pode se complicar na Série A

O time perdeu para o Bahia por 4 a 0, neste sábado (20), e depende de resultados na 37ª rodada para evitar de vez o rebaixamento, com uma rodada de antecedência

Um martírio sem fim. Na decisão anunciada pelo Fortaleza na Série A, um massacre do Bahia em plena Arena Castelão neste sábado (20): 4 a 0, o volante Felipe expulso e um coletivo entregue. O alento: ainda pode escapar do rebaixamento, basta Vasco e Goiás não vencerem na 37ª rodada.

Os cariocas enfrentam o Corinthians, domingo, às 16h, em São Paulo. O Esmeraldino encara o Bragantino, em casa, no mesmo dia, às 21h. A cartilha tricolor possível é torcer contra, principalmente pela ausência de força para reagir na reta final do Brasileirão.

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O cenário é o pior possível com queda técnica dos últimos compromissos. Em dois jogos, sete gols sofridos e nenhum marcado - ao somar também o revés de 3 a 0 para o Palmeiras. O capítulo derradeiro será frente ao Fluminense, na quinta (25), às 21h30, no Maracanã.

Da partida tenebrosa, pouco se aproveita. E a lição é de que além de vender uma final é preciso entrar em campo como tal. O resultado elástico ecoará no Pici, elenco e jogadores. Como dito, o Fortaleza pode evitar o rebaixamento, mas seguiu o que não fazer.

Drama no início

Com seis minutos do primeiro tempo, o meia Rodriguinho abriu o placar em cabeçada livre na grande área: 1 a 0. Das páginas em branco, o caos psicológico se instaurou no time de Enderson. Naquele momento, o Fortaleza virou uma orquestra sem sintonia: ficou inerte com o rival recuado.

O abalo mental foi notório. Vale a lembrança que, na temporada inteira de 2020, o time conseguiu apenas três viradas uma em cada competição: Barbalha (Campeonato Cearense), Coritiba (Série A) e América-RN (Copa do Nordeste). Assim, sem esforço, o Bahia sustentou o que conseguiu.

Por vezes, o coletivo cearense se mostrou sem saber o que fazer. É isso: acostumado a se defender, não teve organização para pressionar. Wellington Paulista, de 37 anos, era o único que tentava atrapalhar a saída de bola dos visitantes.

Tensão e passeio

O nervosismo tomou conta, o desequilíbrio também. Tinha intervalo de tempo, o mas placar parcial era fatal. Da necessidade de resposta, foi inseguro até para fazer o simples e acumulou erros -  perdeu a posse 104 vezes, por exemplo.

Em termos individuais, muitos tiveram uma atuação ruim. No meio, ninguém foi regular e o armador Luiz Henrique, importante em vitórias recentes, pareceu completamente desconectado da função.

As únicas situações de gol criadas foram em bola parada. E muito pelas limitações do tricolor baiano. Na melhor, Paulão aproveitou cruzamento de Juninho e emendou no travessão: estava 1 a 0.

Dos esforços isolados, o Bahia cresceu e foi emendando gols de contra-ataque. Rodriguinho aplicou mais uma em lance idêntico. Depois, perdeu um pênalti e converteu o rebote. No fim, em nova penalidade, foi Rossi que balançou as redes. Poderia ser pior se o Bahia tivesse se esforçado mais.

Ficha técnica

Fortaleza 0 x 4 Bahia

Competição: Série A do Brasileiro - 37ª rodada.
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE).
Data: 20 de fevereiro.
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (FIFA).
Cartões amarelos: Luiz Henrique, Gabriel Dias, Felipe e M. Vázquez (F); Matheus e Ronaldo (B).
Cartão vermelho: Felipe (F).
Gols: Rodriguinho, no primeiro tempo. Rodriguinho, duas vezes, e Rossi, no segundo tempo.

Fortaleza

Felipe Alves; Gabriel Dias (Tinga); Paulão, Quintero e Bruno Melo; Juninho, Felipe e Luiz Henrique (M. Vázquez); David, Romarinho (Osvaldo) e W. Paulista (Ronald). Técnico: Enderson Moreira.

Bahia

Douglas; Nino Paraíba, Ernando, (Juninho), Lucas Fonseca e Matheus; Gregore, Patrick, Ronaldo e  Rodriguinho (Juninho Capixaba); Rossi (Thiago Andrade), Gilberto (Gabriel / Daniel). Técnico: Dado Cavalcanti.