Cibersegurança e LGPD

A área de proteção de dados ainda tem recebido pouca atenção por parte das empresas brasileiras. Essa constatação ficou clara com a divulgação da pesquisa "Privacidade e proteção de dados pessoais", pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O levantamento mostra que apenas 23% das empresas do país já implantaram um setor específico ou designaram funcionários responsáveis pelo tema de proteção de dados pessoais. Essa realidade deveria ser bem diferente, após um ano da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que tem a função de regulamentar as atividades de tratamento de dados pessoais no país, protegendo os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e a livre formação da personalidade de cada indivíduo.

Cuidar da cibersegurança é um desafio ainda maior para as pequenas empresas. De acordo com a pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, somente 20% das companhias com 10 a 49 funcionários contratados possuem uma área dedicada ao assunto. Esse dado reforça a percepção de que as companhias de menor porte são os alvos favoritos dos ciberataques, pois apresentam mais pontos de vulnerabilidade, sendo a falta de investimentos nessa área o maior deles.

Outro dado preocupante da pesquisa é que somente 30% das empresas consultadas fazem testes de segurança contra vazamento de dados - o que se trata de um fundamento básico para a segurança de dados.

Até mesmo no setor público a preocupação com esses aspectos ainda é muito baixa no país. Conforme o mesmo estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 41% dos órgãos públicos federais e estaduais ainda não possuem uma pessoa ou uma área responsável pela implementação da LGPD.

É vital para a continuidade e o desenvolvimento dos negócios no Brasil que os investimentos em cibersegurança sejam realizados, com o devido planejamento e a visão de que se trata de uma área estratégica, a ser implantada e fortalecida com a participação de gestores e colaboradores. Esses cuidados poderão evitar grandes prejuízos para as próprias empresas e para o seu bem maior: a reputação perante os clientes.

Alberto Jorge é CEO da Trust Control