Acessibilidade digital: viver a tecnologia

Celebrado em 21 de setembro, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência não é apenas uma data para o reconhecimento de direitos, mas também um convite para uma reflexão mais profunda sobre a verdadeira inclusão desse grupo na sociedade. Em especial, a data representa uma oportunidade de analisar o papel crucial da tecnologia nesse processo.

Vivemos em uma era em que a tecnologia se tornou um pilar fundamental da vida cotidiana. Desde a comunicação até a educação e o trabalho, a tecnologia molda como interagimos com o mundo. No entanto, para as pessoas com deficiência, a promessa de inclusão tecnológica muitas vezes ainda não foi plenamente concretizada. Preconceitos e barreiras de acessibilidade continuam a dificultar o acesso e a participação desse público em diversas esferas digitais.

Um dos maiores desafios é a falta de acessibilidade em plataformas e dispositivos tecnológicos. Muitos sites e aplicativos ainda não seguem normas básicas de acessibilidade, como a compatibilidade com leitores de tela para pessoas com deficiência visual ou a possibilidade de navegação por meio de comandos de voz para quem possui dificuldades motoras. Isso não só limita o acesso à informação, como também exclui essas pessoas das oportunidades que a tecnologia oferece, desde a educação online até o mercado de trabalho.

Além disso, a tecnologia assistiva, que tem o potencial de transformar vidas, muitas vezes encontra barreiras relacionadas ao custo e à falta de personalização. As soluções disponíveis nem sempre atendem às necessidades individuais, e o custo elevado pode ser um obstáculo significativo para muitas famílias. A inovação nesse campo precisa ser acompanhada de garantias de que essas tecnologias sejam acessíveis a todos que delas necessitam.

Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, é fundamental ir além da mera celebração dos direitos e enfrentar as questões que ainda comprometem a inclusão plena na tecnologia. A acessibilidade deve ser uma prioridade nas agendas de desenvolvimento tecnológico, e o compromisso com a equidade precisa ser refletido na prática.

Sara Oliveira é coordenadora de Pessoas e Cultura do Instituto Atlântico