Dificuldades são momentâneas e País voltará a crescer, afirma Dilma

A presidente da República assumiu o compromisso de manter, pelo menos, seis programas sociais

Escrito por Carlos Eugênio - Repórter ,
Legenda: A presidente Dilma Rousseff conheceu as unidades habitacionais entregues ontem e disse que "com muito esforço, teremos um total de 27 milhões de pessoas com a casa própria" em todo o País
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

Em sua primeira visita ao Ceará depois de reeleita e em mais uma ação no sentido de tentar recuperar a credibilidade do governo e a sua popularidade, hoje em torno de 7%, no País, a presidente Dilma Rousseff declarou na tarde de ontem, em Caucaia, que "nós não vamos abrir mão das políticas públicas que têm ajudado o povo brasileiro a melhorar de vida" e assumiu, publicamente, o compromisso de manter, pelo menos, seis programas sociais. Às 15 horas, Dilma participou, em companhia do governador Camilo Santana e de políticos que apoiam o governo petista, de solenidade de entrega de chaves para 480 famílias contempladas com apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do Residencial José Lino da Silveira.

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Apesar de o País passar por um período de recessão, com retração de 1,9% do PIB, somente no 2º trimestre; de crise política e ajuste fiscal, Dilma garantiu que serão mantidos os programas Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família, o Prouni e o Pronaf, de crédito subsidiado à agricultura familiar. "Vamos garantir também o Fies, o financiamento para a educação, e ainda, o Pronatec, um programa de capacitação profissional e que cria as oportunidades de emprego para os jovens trabalhadores do País", declarou.

Compromissos

Sem apontar as fontes de recursos para viabilizar o avanço dos programas sociais na atual administração, Dilma pediu a contribuição dos contemplados com o Minha Casa. "Se vocês pagarem as casas direitinho estarão ajudando o governo a fazer mais casas", explicou, destacando que "o nosso objetivo é fazer mais três milhões de casas" e assim chegar a seis milhões de casas até 2018, último ano de seu governo.

Retorno

"Com muito esforço teremos um total de 27 milhões de pessoas com a casa própria, (no fim do atual governo"), acredita. "Conto com vocês para cuidar da casa e com esse retorno (pagamento) para fazer mais casas", reiterou.

Ela assegurou ainda a continuidade do Pronaf (programa de crédito subsidiado para a agricultura familiar) e o Mais Médicos, programa sobre o qual declarou ter "carinho especial". De acordo com a presidente, a partir de informação obtida junto ao governador, ela disse que o Ceará conta hoje, com 1.218 médicos filiados, e fez contas para mostrar o sucesso do programa. "Cada médico da atenção básica atende, por ano, no mínimo 3.500 pessoas, o que resultaria no atendimento de 4,3 milhões de pessoas (somente no Ceará) e 63 milhões no Brasil", contou considerando que o País tenha atualmente, pelo menos, 18 mil profissionais de medicina, cadastrados no programa.

Crise

Sem falar em crise, a presidente reconheceu que "nós hoje, no Brasil, estamos passando por dificuldades e sei que aqui muitos estão preocupados, acham que a situação está incerta, que a inflação ainda está alta, têm medo de perder o emprego". No entanto, continuou Dilma, "quero dizer que no meu governo nós temos duas coisas (metas): a primeira é aumentar o emprego e garantir que o País volte a crescer, e a segunda coisa, é reduzir a inflação, porque sabemos como a inflação corrói a renda do trabalho, a renda do empreendedor".

Vaias x aplausos

Em alguns momentos de seu discurso, de cerca de 30 minutos, a presidente Dilma chegou a ser vaiada por uma minoria que esteve presente ao evento. As vaias, no entanto, logo foram abafadas por gritos e aplausos de parte da plateia, formada em sua maioria por pessoas simples, de Caucaia, e por convidados, que participaram da solenidade. "Não vai ter golpe, não vai ter golpe", repetia um grupo de correligionários e apoiadores.

Fiel escudeiro

Na defesa incondicional de Dilma, o governador reagiu não apenas às vaias recebidas pela presidente, mas sobretudo aos que fazem oposição ao governo da petista. "Quanta má vontade e pessimismo estão querendo colocar na cabeça dos brasileiros, como se nada estivesse acontecendo (de avanços no País), mas aqui está a realização de um sonho, a conquista da casa própria, a prova da realização do maior programa habitacional deste País, este que é um projeto da presidente Dilma", declarou Camilo Santana, lembrando que há poucos dias esteve em Caucaia, entregando as chaves para outras 464 famílias beneficiadas com o MCMV.

Segundo Camilo, somente no Ceará, há mais de 54 mil casas construídas a partir do MCMV, além de uma série de obras estruturantes que foram e estão sendo viabilizadas com apoio do governo federal, nos últimos oito anos. "Sinto uma emoção muito grande quando vejo isso, quando vejo que famílias realizarem o sonho de ter uma casa própria para morar e ter um teto para colocar os seus filhos, e de ter a segurança de sair do aluguel", exclamou.

Eixão e CSP

Ele citou ainda como avanços, os 250 quilômetros do Eixão das Águas, a implantação da Zona de Processamento de Exportações (ZPE Ceará), "a primeira em funcionamento no País", além do apoio da União para a implantação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). "Fico imaginando, o que seria desse País, sem as conquistas (sociais e econômicas) que foram alcançadas nos últimos 12 anos", lembrou o governador.

Democracia

"Vivemos no Ceará quatro anos de seca e nós não temos problemas de abastecimento de água, porque a senhora (Dilma) e o governador Cid construíram 250 quilômetros de canais hídricos", agradeceu Camilo. "Se Deus quiser a água vai chegar ao Ceará no segundo semestre de 2015", estima o governador, ao ressaltar que não há quem não reconheça esses benefícios.

Em relação às críticas que o governo vem recebendo das ruas, o governador defendeu o direito e o respeito pela democracia. "Vou dedicar todo o meu trabalho para defender o seu governo, porque é este governo que está realizando o sonho das pessoas pobres desse País", concluiu o governador. Da solenidade, participaram ainda, os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), o prefeito de Caucaia, Washington Goes, políticos e correligionários.

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