Casas: espera das famílias inscritas foi de até 6 anos
Pessoas que se cadastraram no programa em 2009 ainda aguardam serem contempladas
"Foi uma peleja". Assim resume Daniela Oliveira, 32, a jornada até conseguir ser contemplada pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Já se foram seis anos desde que a autônoma realizou sua inscrição. "Eu morava na casa dos meus pais, tenho três filhos e era doida para ter a minha moradia, porque casa de pai não é sua", relata.
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Após inscrita, em 2009, Daniela fez sucessivos recadastramentos, até que há um mês, poucos dias antes do seu aniversário, recebeu a notícia de que tinha sido uma das contempladas pelo programa, no Residencial José Lino da Silveira, em Caucaia.
A cerimônia de entrega de 480 unidades do conjunto aconteceu ontem, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Agora, a autônoma vai poder deixar a casa em que mora junto aos pais, aposentados, livre para ser alugada, e vai pagar parcelas de R$ 32,50. "Vai ser por 10 anos, mas é um valor simbólico", defende. A estudante universitária Érica Patrícia, 34, também se cadastrou no programa MCMV em 2009. Ela viu ali uma chance de sair da difícil situação de moradia em que se encontrava. "Moro em um loteamento, com minha mãe e lá não tem saneamento básico", relata.
Patrícia, que hoje possui um filho de 11 anos e vive com o auxílio financeiro da mãe, recebeu sua residência em Caucaia ontem. Só não achava que o sonho demoraria tanto para chegar. "Pensava que com um ano, no máximo dois, eu receberia a casa", lembra ela.
Na fila
Se os que já receberam as unidades habitacionais só têm o que comemorar, há quem se inscreveu há seis anos e ainda se encontra fila de espera. "Somos 12 irmãos, meu pai, minha mãe, e eu tenho três filhos. Vivemos com a renda de dois irmãos meus, que são assalariados, e a aposentadoria do meu pai", relata Dagma Gisele, 25 anos, que também fez o primeiro cadastro no programa em 2009, mas ainda aguarda o dia em que receberá uma das unidades do residencial.
As unidades entregues ontem em Caucaia são referentes à faixa 1 do programa, com unidades subsidiadas pelo governo destinadas a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil. O financiamento é pago pelos moradores em até 10 anos, a partir da entrega, com prestações mensais correspondentes a 5% da renda bruta da família. Viver em condições insalubres ou área de risco são alguns dos critérios de prioridade na fila dos que estão inscritos e esperam ser contemplados pelo programa.