Considerada fundamental para desenvolver a logística de cargas na região Nordeste, a ferrovia Transnordestina está com as obras paralisadas desde maio de 2016 e aguarda a retomada dos serviços ainda neste ano.
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A construção do empreendimento se arrasta há mais de uma década, tendo o orçamento saltado dos R$ 4,5 bilhões iniciais para R$ 11,2 bilhões ao longo desse tempo, um aumento de quase 150%.
81 cidades
A ferrovia, quando concluída, deverá ligar o município de Eliseu Martins, no Estado do Piauí, aos portos de Suape, em Pernambuco, e do Pecém, localizado no Ceará. A expectativa é que a Transnordestina tenha 1.753 km de extensão, passando por 81 cidades.
No Ceará, a ferrovia deverá ter 526 Km e passar por 29 cidades, ligando Missão Velha ao Pecém. Até 2013, a obra no Estado era executada pela empresa Odebrecht, mas os serviços foram assumidos posteriormente pela Marquise, após a primeira empreiteira rescindir o contrato com o governo por causa do escândalo da Lava-Jato.
Em janeiro deste ano, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou medida cautelar em que determinou a suspensão de verbas de recursos para a Transnordestina, porque a manutenção dos repasses à obra representaria "risco concreto de danos ao erário público".
Verba
A cautelar proibiu repasses ao projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BNDES Participações (BNDESPar), além de Valec Engenharia, Construções e Ferrovias; Fundo de Investimento do Nordeste (Finor); Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDN).
Segundo o último balanço divulgado pelo governo federal, a Transnordestina já recebeu cerca de R$ 6,3 bilhões, dos quais cerca de R$ 3,4 bilhões são referentes a financiamentos federais. Pouco mais de 50% da obra foram concluídos.