O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar, nesta quarta-feira (12), uma série de questionamentos da Advocacia-geral da União (AGU) sobre uma decisão tomada pela Corte em 2017, envolvendo cobrança de impostos.
No caso em questão, o plenário do Supremo determinou, sem data prevista para início, que o ICMS, imposto estadual, não deve integrar a base de cálculo de dois tributos federais, PIS e Cofins.
Por não ter definido a data, o STF deverá votar novamente. Dependendo do desfecho, a Corte pode obrigar o governo a devolver às empresas até R$ 258,3 bilhões em impostos pagos indevidamente.
Governo tenta reverter alto impacto financeiro
O julgamento desta quarta, em tese, pode até reverter o resultado de quatro anos atrás. No entanto, a meta do governo é que ocorra uma modulação e que a determinação só passe a valer no futuro ou, pelo menos, a partir da decisão de 2017.
Dessa forma, em caso de derrota do governo, as empresas que fizeram contribuições indevidas poderão pedir o ressarcimento referente aos cinco anos anteriores à data em que pediram reparação, de acordo como Código Tributário Nacional.
Segundo o Supremo, mais de 10 mil processos nesse âmbito já correm em várias instâncias da Justiça.
Se resultado for revertido, empresas saem perdendo
Em contrapartida, se considerar válida a incidência do ICMS, as empresas é que sairão perdendo.
Isso porque muitas delas têm agido desde 2017 como se a decisão do STF fosse definitiva, apesar de ainda estar sujeita a recursos.
Já à Receita, as companhias têm pedido as chamadas compensações tributárias, por meio da qual declaram ter créditos a receber e pagam menos impostos.
Pressão
O processo tem preocupado o governo desde que entrou no radar do tribunal, ainda em abril.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a se reunir com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para argumentar a favor da posição do governo. No entanto, dezenas de entidades ligadas à indústria e ao comércio pressionam em sentido contrário.