A rede de livrarias Saraiva confirmou, na noite desta quinta-feira (21), que irá fechar todas as suas lojas físicas. A decisão foi divulgada em fato relevante ao mercado.
A operação da companhia se concentrará apenas no comércio digital a partir da próxima segunda-feira (25). Não foi informado quantos funcionários devem ser demitidos.
"A Saraiva Livreiros S.A. – em Recuperação Judicial (B3: SLED3 e SLED4) (“Saraiva” ou “Companhia”), em observância ao previsto no parágrafo 4º do artigo 157 da Lei nº 6.404/76 (“LSA”) e na Resolução CVM nº 44/2021, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral o encerramento das suas lojas físicas, com a respectiva redução proporcional do quadro de colaboradores, permanecendo a operação, a partir do dia 25 de setembro de 2023, exclusivamente via e-commerce", diz o comunicado.
A companhia seguia com cinco lojas físicas: quatro no estado de São Paulo e outra no Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande.
Também foi divulgado pedido de renúncia de um membro do Conselho de Administração da Saraiva, Marcos Guedes Pereira, por questões de foro pessoal. Nesta semana, o advogado Aaron Bruxel também deixou o conselho.
Recuperação judicial
A Saraiva está em processo de recuperação judicial desde 2018, quando registrou dívida de R$ 674 milhões. Neste mesmo ano, a rede de livrarias fez o primeiro fechamento de lojas. Foram 20 num mesmo dia, em outubro, restando 84 unidades.
A rede editorial já foi a maior do Brasil, com cerca de 100 livrarias funcionando simultaneamente. Desde o processo de recuperação, passa por um contingenciamento de operação.
Nesta sexta-feira (22), deve ser realizada Assembleia Geral Especial de Preferencialistas (Agesp). Uma das discussões previstas é a transformação das ações preferenciais em ações ordinárias. Assim, o controle do empreendimento, atualmente com a família Saraiva, seria transferido para os principais acionistas.