O mercado de trabalho cearense teve desempenho surpreendente para mais um ano atravessado pela pandemia: registrou 81, 4 mil empregos com carteira assinada em 2021, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Embora já houvesse sinais de recuperação, não se esperava o maior saldo da série histórica desde 2010.
A última vez que o Ceará atingiu esse patamar foi em 2010, quando abriu 72,7 mil postos de trabalho. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (31) pelo Ministério da Economia.
Veja série histórica de saldos no mercado de trabalho no Ceará
- 2010: 72.787
- 2011: 46.026
- 2012: 30.128
- 2013: 30.128
- 2014: 41.944
- 2015: -35.842
- 2016: -36.901
- 2017: -5.306
- 2018: 19.625
- 2019: 9.546
- 2020: 5.978
- 2021: 81.460
A avaliação é que a vacinação contra a Covid-19 foi a “mola propulsora” para a retomada do mercado de trabalho. Com o avanço da imunização para a população em geral, houve maior confiança para ocupação dos espaços, maior consumo e, consequentemente, mais contratações.
Desse total de vagas geradas, 38,6 mil foram ocupadas no setor de serviços. Em seguida, aparecem o comércio (19, 8 mil) e a indústria (14,3 mil). Ao longo do ano passado, foram 373,3 mil admissões e 367,3 mil desligamentos, resultando saldo total de 81.460.
Vacina impulsiona resultado
O presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) do Ceará, Vladyson Viana, observa que a vacinação infantil ajudará a manter o cenário positivo para 2022.
Com o aumento da cobertura vacinal de todos os públicos, inclusive de crianças, haverá uma contribuição para a retomada da cadeia de creches, escolas, setores de entretenimento e restaurantes, por exemplo”.
Outro ponto, acrescenta, é que o setor de serviços é uma característica da economia cearense e possui uma resposta rápida. Apesar disso, houve aumento significativo na indústria — área que requer mais planejamento e investimentos para contratação.
A perspectiva é similar para o secretário executivo de Trabalho e Empreendedorismo da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (Sedet), Kennedy Vasconcelos. Conforme ele, o resultado é reflexo de um movimento de recuperação da economia e é o melhor dos últimos 25 anos.
Faz parte de todo um programa de recuperação e a vacinação contribuiu para isso, tanto é que o setor de serviços foi, em disparado, o melhor na geração de empregos, seguido do setor de comércio, os quais foram os mais atingidos pela pandemia”.
Resultados em 2022
Os especialistas pontuam ainda que as perspectivas para 2022 são positivas e há de se esperar um bom resultado da geração de empregos também para este ano. Para o secretário executivo da Sedet, mesmo a nova onda de Covid-19 não deve impactar tanto e o ano deve ser de recuperação econômica.
“Tem havido grandes movimentos no âmbito estadual no sentido de abrigar empresas que propiciam uma geração de uma quantidade grande de empregos. A nova onda não deve afetar, com a vacinação, a gente percebe que os efeitos e reflexos são bem menores”, pondera.
“Os números mostram que o crescimento foi gradual e constante. Acreditamos que continuará em 2022. Poderá haver um arrefecimento com essa nova onda, mas depois virá a retomada intensa”, avalia, por sua vez, o presidente do IDT.