A economia cearense fechou novembro de 2021 com um resultado superior ao do Nordeste. De acordo com o Índice de Atividade Econômica (IBCR) do Banco Central, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Ceará acumula variação positiva de 3,67% nos últimos 12 meses.
Mesmo com a variação positiva, o resultado de novembro representa queda em relação aos meses anteriores.
O índice é maior do que o registrado no Nordeste, que teve variação de 3,19% no mesmo período. O acumulado do Nordeste em 2021, considerando dados até novembro, é de 3,34%. No Ceará, a variação é de 3,81% no ano.
De acordo com a presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Silvana Parente, a indústria foi o principal setor que puxou o resultado do estado, com destaque para a construção civil e para a indústria de gás natural e carvão. O setor de serviços também tem demonstrado uma recuperação.
Apesar do resultado, as expectativas não são positivas para 2022. Segundo a economista, o contexto econômico, social e político deste ano projeta uma economia estagnada e com alta da inflação.
Variáveis positivas
O IBCR é calculado mensalmente pelo Banco Central e é considerado uma prévia do PIB, divulgado pelo IBGE. O índice mostra o desempenho da economia regional e de alguns estados.
Silvana chama atenção que apesar de a variação no período de 12 meses ser positiva, o resultado comparado mês a mês é tímido, o que demonstra que a “economia está patinando”. O Ceará está acima de outros estados que, segundo ela, têm demonstrado quedas.
No nível estadual a gente tem algumas variáveis que afetam positivamente. Temos investimentos públicos, alguns segmentos como construção civil e também os serviços, que estão se recuperando embora ainda não estejam no nível esperado. Outra coisa que aconteceu também foi o empreendedorismo. A gente vê um crescimento grande de pequenos negócios buscando busca de oportunidade de trabalho e renda
Um desafio, contudo, é o nível de emprego, que segue baixo apesar da breve recuperação econômica. Para a presidente do Corecon, é necessário tomar medidas para apoiar os trabalhadores informais.
Cenário pessimista
A presidente do Corecon traz perspectivas negativas para 2022. O cenário eleitoral deve aumentar incertezas e elevar os gastos públicos, o que prejudica a situação fiscal do país como um todo.
“Tem cenários econômico, político e social não favoráveis. Isso tudo reflete no comportamento das empresas, investidores e consumidores. A perspectiva é que a economia brasileira como um todo vai ficar estagnada e com inflação”, projeta.
Segundo ela, cabe ao governo estadual e às empresas sediadas no estado traçarem estratégias para que o estado consiga um resultado melhor frente ao Brasil.
IBCR acumulado em 12 meses no Nordeste
Pernambuco: 5,12%
Ceará: 3,67%
Bahia: 2,84%