A Petrobras registrou queda no lucro líquido no terceiro trimestre de 2014, para 3,087 bilhões de reais, segundo balanço não auditado divulgado na madrugada desta quarta-feira (28), em um anúncio que não incluiu nenhuma baixa contábil relacionada às denúncias de corrupção da Operação Lava-Jato.
O lucro líquido da companhia entre julho e setembro de 2013 havia sido de 3,395 bilhões de reais.
O balanço incluiu baixas contábeis de 2,7 bilhões de reais com a descontinuidade dos projetos das refinarias Premium I e II.
Os resultados, que deveriam ter sido conhecidos em novembro, tiveram sua publicação adiada após o auditor PricewaterhouseCoopers ter se recusado a aprovar as contas da petroleira devido às denúncias de corrupção envolvendo a estatal e algumas das maiores empreiteiras do Brasil. O suposto esquema incluiria pagamentos a políticos.
Segundo informações da Polícia Federal, de procuradores e dos delatores do caso, incluindo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, executivos da estatal indicados por políticos conspiraram com empresas de engenharia e construção do país para sobrevalorizar refinarias, navios e outros bens e serviços.
"Concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia", disse a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em comentários publicados no balanço.
No balanço, a Petrobras diz que continua trabalhando para produzir demonstrações financeiras revisadas pela PricewaterhouseCoopers no menor tempo possível.