O foco de Peste Suína Clássica (PSC), confirmado pelo Laboratório Agropecuário Nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Forquilha, no Norte do Ceará, não deve afetar as vendas da carne no Estado, que tendem a crescer no fim do ano. A expectativa é do presidente do Sindicarnes-CE, Francisco Everton da Silva. Segundo ele, 99% do fornecimento de carne de porco para o varejo no Ceará vem de outros estados e não haverá problema no abastecimento.
Quanto ao preço, ele acredita que manterá a média de R$ 10 a R$ 15 o quilo, dependendo da peça. Atualmente, uma casa cearense consome, em média, 7,5 kg de carne suína por ano. No País, essa média é de 14,5 quilos por pessoa/ano.
Ainda segundo o presidente do Sindicarnes-CE, o consumo da carne suína costuma crescer no fim do ano, com a realização das festas de Natal e Réveillon, nas quais o produto é mais comum. O avanço deve se manter, apesar do caso isolado de PSC e da alta recente no imposto de entrada do produto no Ceará, que no último mês passou de R$ 0,57 por quilo para R$ 0,70 por quilo.
Silva revela que há receio entre os supermercadistas. "Existe um mito grande da carne suína. A gente estava muito contente porque ela estava em uma crescente e, se isso vier à tona, com certeza vai ter queda acentuada", comenta Nidovando Pinheiro, vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados.
Ação
O caso de PSC em Forquilha foi o primeiro depois de oito anos sem relatos da doença na região. O Mapa e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) enviaram técnicos à localidade para conter o avanço da doença. Conforme o Ministério da Agricultura, a Peste foi detectada em uma propriedade de criação familiar que mantinha a produção para consumo próprio. Com a medida, o Matadouro Público de Forquilha, que abatia suínos de outros municípios, por hora, deixa de atender a essa demanda.