As obras para construção da usina de dessalinização de água-marinha que ficará instalada na região da Praia do Futuro devem ser iniciadas em até 18 meses, portanto, até agosto de 2022. A informação é da empresa cearense Marquise, líder do Consórcio Águas de Fortaleza. Na tarde de ontem (9), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) reconheceu o consórcio como habilitado no processo licitatório para construção, operação e manutenção do equipamento, mas ainda cabe recurso até o dia 16 deste mês.
Passado o prazo para a interposição de recurso, o consórcio habilitado e a Cagece devem caminhar para a fase de contratação, de acordo com Renan Carvalho, diretor da Marquise Engenharia. “Superada a fase de interposição de recurso, teremos cerca de 30 dias pela frente para que seja fechado o processo. Em 30 dias, ocorre a homologação, publicação e adjudicação”, pontua ele.
Após esse período, os primeiros seis meses serão dedicados à elaboração dos projetos executivos. Os onze meses seguintes serão dos licenciamentos ambientais. “São seis meses para projetos e os onze meses seguintes para o licenciamento”, explica Carvalho.
O Consórcio Águas de Fortaleza foi considerado habilitado no processo licitatório após apresentar uma proposta de R$ 118 milhões, a de menor valor. Ao todo, foram quatro concorrentes participando da seleção. Além da Marquise S/A, integram ainda o consórcio as empresas PB Construções LTDA e Abegoa Água S/A.
Em nota enviada à reportagem ontem, a Cagece informou que "o Consórcio Águas de Fortaleza foi declarado habilitado no processo relativo à licitação da concessão dos serviços que compreendem elaboração de projetos, construção, operação e manutenção de Planta de Dessalinização de Água Marinha na Região Metropolitana de Fortaleza com Capacidade de 1m³/s" e que, até o dia 16/02, o processo encontra-se em prazo recursal.
Custo
A usina de dessalinização ficará localizada na Praia do Futuro, sendo o acesso principal pela Avenida Dioguinho e a Rua Francisco F. Di Ângelo e tem capacidade de produção de 1m³ de água dessalinizada por segundo. De acordo com o diretor da Infraestrutura da Marquise, o custo para essa produção fica entre R$ 4 e R$ 5 por m³.
Uma das soluções consideradas para a redução desse custo futuramente é a operação sustentada com a ajuda de energia renovável eólica ou solar. Conforme Renan Carvalho, a operação inicialmente se dará com energia elétrica, mas está nos planos uma mudança na matriz energética.
“Isso é uma coisa que está nos nossos planos, mas para que isso seja efetivado, precisamos ter uma noção clara de quanto será utilizado na usina para que tenhamos uma média. Inicialmente, nós trabalharemos com energia elétrica mesmo. Posteriormente nós pensaremos nisso, está nos nossos planos”, revela o diretor de Infraestrutura da Marquise.
Como funciona uma usina de dessalinização
Renan Carvalho explica que a usina de dessalinização servirá como uma reserva para que a população não fique sob risco de colapso. “Não é um equipamento para ser utilizado direto, de partida. É como se fosse uma reserva mesmo. É uma água com o objetivo de tirar o risco de qualquer colapso na cidade de Fortaleza. É como uma termelétrica, que só é acionada quando há a necessidade”, detalha ele.
A planta será a de maior escala do Brasil. A área total corresponde a 2,3 hectares (ha) ou 20,3 mil metros quadrados, sendo 2 ha referentes às duas quadras. A usina captará água do mar a uma distância de 2,5 mil metros da costa e 14 metros de profundidade.