A lista parcial de credores da 123 Milhas, apresentada pela empresa no processo de recuperação judicial, conta com nomes de bancos, empresas de maquinetas de cartão e até o Google. Ao todo, a agência de viagens e outras empresas do mesmo grupo econômico acumulam uma dívida de R$ 2,3 bilhões. Informações são do O Globo.
O pedido de recuperação judicial protocolado pelo grupo foi deferido nesta quinta-feira (31) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A defesa das empresas é comandada pelo escritório de advocacia TWK.
Os documentos que detalham informações sobre os credores somam 8,2 mil páginas. E, segundo a juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, há registro de pelo menos 700 mil clientes lesados pela agência.
De acordo com o g1, a maior parte dos que têm valores a receber é classificada como "credores quirografários", que são aqueles que financiaram a empresa e não possuem preferência no recebimento em caso de falência. A lista é formada basicamente por pessoas físicas, mas as dívidas mais significativas são com grandes empresas de setores como financeiro, de tecnologia e de turismo.
Dívida com bancos
Há grandes bancos entre os que têm valores a receber do grupo em recuperação judicial. É o caso do Banco do Brasil, por exemplo, que detém créditos de aproximadamente R$ 74 milhões. Outro banco público lesado é a Caixa Econômica Federal, que deve ser reembolsada com cerca de R$ 4,9 milhões.
Já entre os bancos privados, está na lista de credores a filial de Luxemburgo do Santander, com R$ 8 milhões a receber. Segundo O Globo, essa dívida, contudo, não está sujeita à recuperação judicial da empresa.
Outras empresas de meios de pagamento que estão no rol de lesados, conforme o documento apresentado à Justiça, são: Cielo, Redecard, PagSeguro, Mercado Pago, Stone e Pagar.me.
Já as empresas de tecnologia afetadas foram, por exemplo, o Google, ao qual a 123 Milhas deve R$ 24,3 milhões, e a Amazon, que deve receber R$ 2,5 milhões.
Entenda o caso
No último 18 de agosto, a 123 Milhas anunciou a suspensão da emissão de passagens aéreas promocionais para 2023. Para devolver o que foi pago pelos compradores, a empresa informou que reembolsaria a quantia investida em forma de cupons, com correção monetária, para serem usados no site, sem oferecer a opção de retornar a quantia em dinheiro.
Ao todo, a empresa já recebeu cerca de 40 mil pedidos de vouchers. A linha "promo" afetada representa 7% dos embarques totais deste ano, e a suspensão foi anunciada como "uma decisão responsável" para "preservar os valores pagos pelos clientes".
À Justiça, a agência disse que a situação resulta de uma crise "momentânea e pontual, plenamente possível de ser resolvida", e acredita que a recuperação judicial consiga solucionar o problema.