O grupo detentor da empresa 123 Milhas é alvo de operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Polícia Civil, nesta quinta-feira (1º), em Belo Horizonte. A ação apura a eventual prática de crimes, como lavagem de dinheiro e estelionato.
O órgão público informou que são cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, em endereços de pessoas físicas e jurídicas, na Capital mineira. Segundo o portal G1, os alvos seriam os diretores da companhia.
A operação, intitulada Mapa das Milhas, é deflagrada um dia após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinar a suspensão da recuperação judicial da 123 Milhas. A iniciativa desta quinta investiga a prática de crimes de estelionato, por meio de associação criminosa, que provocaram prejuízo milionário a milhares de pessoas em todo o País.
A investigação apura ainda a eventual prática de lavagem de dinheiro, mediante a utilização de estratégias financeiras e corporativas visando dissimulação e ocultação de valores e de bens.
Em agosto de 2023, a 123 Milhas decidiu suspender as emissões de passagens e pacotes da linha Promo (com datas flexíveis), que tinham previsão de embarque entre setembro e dezembro do ano passado. A medida fez a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) questionar a agência de viagens online sobre os motivos que a levaram a cancelar pacotes e a emissão de passagens. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também decidiu, na época, abrir um inquérito para investigar a empresa.
Também naquele mês, a Justiça deferiu o pedido de recuperação judicial da empresa.
Conduzida pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), a ação desta quinta conta com a participação de oito promotores de Justiça, cinco delegados de Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público.
Além da atuação criminal, o MPMG informou que ajuizou ações civis públicas para a tutela coletiva dos consumidores lesados, sendo deferidos pedidos de bloqueio judicial de bens e valores das empresas e sócios que integram o grupo econômico.