Antigos funcionários do agora extinto escritório da plataforma X no Brasil relataram, ao portal G1, que ainda não receberam parte dos direitos trabalhistas após serem desligados da empresa do bilionário Elon Musk. O fechamento da sede brasileira da rede social, há cerca de 15 dias, teria surpreendido parte dos colaboradores.
"Foi totalmente inesperado. Por mais que soubesse do aumento das tensões do X no Brasil, os resultados da equipe estavam ótimos, e não achei que isso ia acontecer", declarou um ex-funcionário, que preferiu não se identificar.
Segundo ele, o local possuía cerca de 35 pessoas, que foram convocadas a participar de uma reunião virtual no sábado, 17 de agosto, com a diretora-executiva da big tech, Linda Yaccarino. Tanto a presença da CEO quanto a realização do encontro em um fim de semana eram atípicos, conforme o relato.
"Estranhei, porque esse tipo de compromisso no final de semana não era comum no X. Mas, como era com a CEO, imaginei que era algo importante".
Na reunião, que durou cerca de 15 minutos, os funcionários foram informados sobre o fechamento do escritório do X no Brasil. A diretora-executiva atribuiu a decisão a "complexidades legais" e detalhou que o setor de recursos humanos (RH) deveria, posteriormente, entrar em contato com os colaboradores.
Menos de 1 hora depois, os meus acessos ao sistema da empresa já tinham sido bloqueados. De maneira geral, foi muito frustrante, principalmente, porque o trabalho da equipe estava indo muito bem e tínhamos planos pela frente.”
Pouco depois, a fonte disse que foi contactada pelo RH por e-mail e que, nos dias seguintes, foram pagas as verbas rescisórias aos funcionários, exceto a multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) — direito de todo funcionário que atua em regime CLT.
Conforme o antigo funcionário, uma empresa terceirizada era responsável pelo RH do X Brasil. Na última sexta-feira (30), a companhia informou aos ex-colaboradores que, devido ao bloqueio das contas da Starlink no Brasil, também de propriedade de Elon Musk, não havia previsão para o depósito dos valores.
O bloqueio dos recursos do empreendimento foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (29), visando garantir o pagamento de multas aplicadas pela Justiça contra o antigo Twitter.
Ainda segundo a fonte, a plataforma X não informou nada sobre o assunto aos ex-funcionários. "Nesse sentido, estamos apreensivos. Queremos seguir em frente, mas temos que ter os nossos direitos respeitados.”
Até a publicação deste material, o X global ainda não tinha se manifestado sobre o assunto.